sábado, 28 de fevereiro de 2009

O que é que precisamos para sermos felizes?

Parece tão simples e afinal é tão complicado! Porque será?
Bem, parece-me que tudo tem a ver com o grau de exigência, o nível de insatisfação e a vontade que temos de lutar pelas coisas.
Saúde? Sim, mas depende de nós apenas em parte.
Amigos? Também. Fazem muita falta e são sempre a nossa passagem pela casa inicial, como no Monopólio. Por muito que nos viremos para outros lados, por muito que passemos por situações onde eles não estão presentes e, ainda que momentaneamente, não sintamos a falta, voltamos sempre lá, aos amigos, lá, onde sabemos que estão aqueles que escolhemos como complemento da família biológica.
A Família? Fundamental. Faz inevitavelmente parte do que somos. A ela devemos a nossa vida e com ela contaremos por toda a vida. Não concebo a felicidade sem ela. A família é o nosso porto de abrigo.
Ora então, saúde, amigos e família. Chega para sermos felizes? Sim, mas convém que não.


Precisamos de um espaço, um lugar, um cantinho a que possamos chamar "nosso". O nosso Refúgio. Aquele onde procuramos ser nós, sem máscara, sem filtros, onde o que fomos e o que somos está sempre presente e de onde partimos para contruir o que seremos.


Amor? Sim. Mas aqui a coisa começa a complicar. O que é o amor? Bem, não sei, mas na minha concepção, na forma como eu vejo o amor e, acima de tudo, o amor que eu entendo que é um dos ingredientes para sermos felizes, não é esse amor que se lê, que se ouve falar, mas que muito pouca gente conhece.
O amor a que me refiro é o respeito, a vontade de dar sem cobrar, é a mão que nos ampara. É o gesto, a palavra - e por vezes o silêncio - e o carinho. É o amor que vem da família, dos amigos. Vem das pessoas de quem gostamos. Por vezes tem um sabor amargo, mas termina sempre doce.


Conforto? Sim. É no fundo, o somatório de todos os outros ingredientes. É aquilo que nos faz partir com a certeza de que queremos voltar, que nos faz estar sozinhos com a certeza de que teremos sempre com quem estar, que nos faz acreditar que temos tudo o que precisamos.
É simples, não é? Pois é! Mas nós gostamos de complicar.


Complicamos, quando nos sentimos insatisfeitos com o que temos - o ser humano é mesmo assim, dizem!
Complicamos, porque a sociedade nos impôs regras, ideias pré-concebidas, nos criou ilusões e nos confundiu com padrões quando, na verdade, somos tão únicos. Complicamos, porque não somos capazes de sair do papel que vestimos, tão mentirosos e tão desonestos connosco próprios - muito mais do que com os outros - tão infiéis à nossa consciência primária e á nossa vontade.


Deixamos de ser felizes quando ter mais é mais importante do que o que realmente é importante para nós. Somos eternos infelizes quando abandonamos o que temos para procurar o que nem sabemos se existe. Somos infelizes quando queremos antecipar o futuro, esquendo-nos de viver o presente.


Depois somos frustrados. Porque um lar não chega. Porque precisamos de uma casa naquele lugar, de onde não somos e que não nos diz nada, a não ser a vontade de dizermos que o nosso lar, que afinal é uma casa é naquele lugar. Frustrados, porque o lar que afinal é uma casa tem que ter mais do que o que nos dá conforto. Esquecemo-nos que o conforto é o lar em si, e não vale a pena procurar uma casa e enchê-la de objectos, caros e na moda, à espera que ela se transforme num lar.


Ficamos tristes, quando trabalhamos sem prazer, sem nos sentirmos realizados, sem gosto pelo que fazemos, apenas e só porque vamos receber, ainda que de forma justa, mais do que o que precisamos para sermos felizes. Mais, quando esse trabalho não é mais do que a soma de um ordenado e de um estatuto, os quais não precisamos, não assim dessa forma, para sermos felizes.
E tudo se torna pior quando o trabalho é, se não a única, uma das coisas mais importantes para nós, que nos consome, que nos leva o nosso tempo, a nossa vida, a nossa alegria.


Somos pequeninos, quando a nossa relação falha, porque não sabemos ser honestos e não sabemos ser capazes de dizer o que sentimos, não com palavras que venham da mente, mas com aquelas que vêm da alma e que, quando ditas, nos deixam mais leves.
Somos pequeninos quando nos recusamos a mudar esperando que alguém goste de nós com os defeitos que temos, quando temos a plena noção de que esses defeitos nunca vão agradar a ninguém, porque também não nos agradam a nós. Somos pequeninos, quando temos a preguiça de gostar sem medo.


De que nos queixamos? Sabemos a fórmula, não a usamos, estamos á espera de quê?
Ainda vamos a tempo? Sim, mas não queremos. Todos estes fait divers ajudam-nos a passar o tempo, ocupam-nos e, assim, enquanto der, vamos chutando para a frente, ocupados nestas pequenas coisas que, no fundo, são a forma alternativa de felicidade.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O que é que precisamos para sermos felizes?

O que é que precisamos, realmente, para sermos felizes?

Alguém quer responder?...

Eu já volto para vos dizer o que penso.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Trabalho

Após umas reuniões que tenho tido na tentativa de encontrar soluções de gestão operacional de clientes cheguei a uma ideia que me parece fazer muito sentido:
Se pudesse cagar para o dinheiro... ou melhor, se quisesse cagar para o dinheiro, para o nível de vida confortável e arriscar em construir uma carreira a sério, especializado na área que melhor domino (digo eu!), a solução passava por algo deste género:
- Parar de fazer o que faço.
- Candidatar-me (seria facilmente aceite) a um lugar bem abaixo na hierarquia de uma outra empresa
- Trabalhar por um período mínimo de 6 meses e máximo de 1 ano nesse lugar
- Subir na hierarquia (acreditando que as competências que tenho mais as que iria adquirir me permitiriam facilmente subir)
- Estar por um período máximo de um ano nesse lugar
- Parar meio ano
- Dedicar-me a compilar todo o know-how adquirido
- Estudar a melhor forma de o implementar na minha área actual
- Nesses 2 anos (ou 2 anos e meio), em paralelo, fazer uma formação complementar (um MBA ou uma pós graduação)
- Voltar à função actual e adaptar esses conhecimentos à gestão
Se o fizesse, seria muito provavelmente o melhor nessa função!
Vou mas é dormir...

Turbilhão

O que poderá levar alguém a escrever um post a esta hora, acabado de chegar a casa, vindo de Lisboa, para onde se foi às oito e trinta da manhã?
No meu caso, a resposta é simples: apesar de um cansaço terrível, a falta de sono!
Nas últimas semanas tenho tido alguma dificuldade em dormir.
Há que reconhecê-lo: a minha saúde mental está longe dos melhores dias. O estado de ansiedade e a pressão que exerço sobre mim próprio, fruto do meu grau de exigência e da minha má gestão de expectativas têm-me afectado consideravelmente.
Hoje sou menos forte do que já fui. Hoje sou menos resistente do que já fui. Hoje sou mais vulnerável do que já fui.
Nada tem a ver com inseguranças como poderia este texto transmitir. Nada disso. Tem muito mais a ver com indefenições. Nunca soube viver muito bem no meio de indefinições e, acima de tudo sempre fui procurando escapes. Formas de redireccionar a minha atenção. Subterfúgios.
Quando todos os caminhos se parecem encerrar em si, tornando tudo mais redundante, a falta de discernimento e a falta de clareza no pensamento tornam tudo mais difícil.
Há dias assim, eu sei.
Mais uma vez a solução estará em mim. Terei que a procurar.
Seria mais fácil parar e definir um rumo. Desta vez vou adiando. Gostaria de, por uma vez, definir um rumo sem ter de parar.
Penso assim: o que é o pior que me pode acontecer? Sei lá! Interessa-me apenas saber o que é o melhor que me pode acontecer.
Todos temos limitações. Todos temos medos, receios, ansiedades, indefinições. Alguns deixam-se condicionar, outros preferem procurar motivações e agarrar-se a elas.
Devemos ir empurrando os limites. Quero dizer, devemos desafiar os nossos limites, tornarmo-nos mais fortes e criar novos limites. Cair é apenas o pior cenário, mas também é mau ter medo de cair, deixar de fazer as coisas por medo da queda.
Como diz a canção, há que penar p'ra aprender a viver/e a vida não é existir sem mais nada/a vida não é dia sim dia não/é feita em cada entrega alucinada...

Não sei se preceberam a ideia. É mais ou menos isto... ou então é algo completamente diferente, sei lá eu!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Janeiro

O primeiro mês de 2009 já passou.
Aconteceram coisas boas e a perspectiva de que outras estarão para vir também é animadora.
Também aconteceram coisas desagradáveis que alteraram em muito o que eu sentia, o que eu sinto e o que posso vir a sentir durante os próximos meses, quer a nível pessoal, quer profissional.
Confesso que me sinto bastante apreensivo e até mesmo assustado.
Para mim, ficou o mote dado. Vai ser um ano difícil e mais difícil será que fique ao nível de 2008. Nada que eu já não esperasse.
Pelo meio ficou a certeza do que sempre soube. Para mim, estar sozinho, mais do que uma opção pessoal, é uma imposição da minha forma de ser sobre a minha vontade de estar.
Sou capaz de virar o mundo de pernas para o ar para ver alguém feliz. Mas, no final de contas, depois de o fazer, volto ao meu lugar, ao meu espaço, à casa de partida. Não por defesa ou insatisfação. É, isso sim, porque o prazo de validade para o que de bom tenho para dar é curto. No fundo, só sei gostar em part-time. Quando alguém me tenta convencer que a tempo inteiro, de quem eu gosto mesmo é de mim, eu tento mostrar que não, mas parece que não sei ser suficientemente convincente ao ponto de fazer alguém acreditar.


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O visitante 25.000 não se acusou.
Assim, não há presente para ninguém.
Temos pena!