sábado, 29 de novembro de 2008

Post que não tem título

Quando, a meio de uma conversa, alguém demasiado próximo nos diz:

«Cuidar de ti é uma tarefa inglória»

Não há nada a acrescentar. Nada mais fica por dizer...

ADENDA: "cuidar de" é no sentido de ter alguém que se interesse, que se preocupe, que goste e que esteja disposta a estar, a partilhar. No fundo, a frase resume-se a "ninguém quer estar contigo, porque não vais dar nada de bom em troca". Isto foi dito por uma amiga minha, mulher, evidentemente.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

E(u)goísta!

Uma relação a dois só faz sentido se o saldo entre o que a relação traz de positivo à nossa vida versus o que temos que abdicar for positivo.
Sempre achei que gostar não basta. Podemos gostar muito de uma pessoa, mas se o que temos de abdicar por essa pessoa é mais importante do que o que a relação nos trará, é melhor seguirmos caminhos diferentes. Mais tarde ou mais cedo vai correr mal. Mais tarde ou mais cedo vamos perceber que não somos felizes nessa relação.
Temos ainda que perceber quão egoistas somos para perceber se vale a pena começar uma relação. Se não queremos abdicar, se queremos uma independência total, se queremos escolher a quem damos e o que damos, se queremos procurar em total liberdade, talvez seja melhor não nos envolvermos em relações de compromisso. Se somos egoístas e queremos ser independentes e totalmente livres, mais vale assumi-lo.
Não há relações perfeitas, sabemos disso. Estar sozinho e ser independente também vai ter sempre o seu lado negativo, porque nunca vamos poder ter o que queremos da forma que queremos.
O equilíbrio... o equilíbrio entre uma relação a dois e a liberdade talvez não exista. Por isso, o melhor é escolhermos o que nos trará mais felicidade. Nunca ninguém deixará de ser egoísta se já o for, nem nunca ninguém se tornará um egoista puro se nunca o tiver sido.
Todos temos as nossas próprias características. Assumir-se como egoísta não pode ser criticável. Dançar Tango não tem que ser para todos...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Coisas sábias

- Desta vez é para ser diferente.
- Então porque é que ainda não é?
- Porque tenho que fechar algumas coisas que deixei em aberto e que não fazem sentido.
- Então é melhor tratares disso primeiro. Não deixes portas encostadas. Basta que duas se abram e tens uma corrente de ar enorme e constipas-te!
- Eu sei. Mas de cada vez que vou para fechar uma porta, em vez de a fechar ela abro-a toda! E pior, às vezes, para surpresa minha, abro algumas que nunca pensei que se abririam!
- Assim é complicado!
- Pois... Mas como te disse ando a fechá-las todas, só que isto demora!!!


quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Who put the weight on my shoulder

Quando atravessamos períodos mais negativos, devemos sempre procurar um caminho a seguir.
Saber encontrar aspectos positivos nas situações que nos acontecem ajuda a manter a cabeça erguida e o peito aberto.
Ir à luta é ir em busca do caminho a seguir. É preciso ser forte e saber dar a volta.
Para quase tudo existem várias opções a tomar. Às vezes é difícil escolher, no entanto, ficar parado não é solução.
Nunca é tudo mau e nem todas as soluções nos trazem resoluções positivas no imediato. Ter paciência é uma virtude - eu não sou suficientemente paciente - mas ser obstinado é uma boa alternativa - e isso eu sou. Aliás, ser obstinado pode ser uma boa característica dos impacientes (ou pouco pacientes).
Quando temos que carregar o piano sozinhos, poderemos, por vezes, fraquejar, mas não poderemos nunca cair, porque a orquestra depende de nós.
Por outro lado, quando queremos dançar tango, dependemos da companhia certa, ou da assertividade nos passos. Neste caso, a harmonia procura-se antes e não durante. Sermos capazes de fazer alguém acreditar que somos o par certo para o tango é um processo no qual nem sempre temos o controlo, no qual a paciência se torna mesmo necessária e a obstinação apenas um complemento.
Actualmente encontro-me na fase de carregar o piano e a busca pela solução positiva afigura-se mais difícil do que alguma vez imaginei. E tem sido duro.
Para já, sem solução à vista, recolho-me no meu casulo, guardando as minhas fragilidades apenas para mim.
E enquanto me sentir a fraquejar, vou procurando, com muita dificuldade, uma solução. Para já Valdispert é o primeiro passo... Mas o piano cá vai e a orquestra não pára.
Quanto ao tango... nunca fui muito bom na dança. Não me surpreende continuar a não ser.


segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O melhor anúnico dos últimos tempos...

Ouvi primeiro a versão de rádio.
Vi agora a versão TV.
O texto é magnífico. Parabéns ao copy deste anúncio!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Resistência à mudança

Estou a assistir a uma formação para alguns colaboradores da empresa e só tenho a dizer:

A resistência à mudança é brutal!
Tudo o que mexe com o conforto das pessoas e com os hábitos instalados é sempre visto como um problema.

Nem dá para acreditar!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Aquilo que (realmente) me toca o coração

Num destes dias fui, de passagem, a casa da minha irmã, para estar um bocadinho (pouco) com ela e com os meus sobrinhos, principalmente com o meu afilhado.
Como tinha várias coisas para fazer, brinquei um bocadinho com ele e em seguida fui falar, também um bocadinho, com a minha irmã.
Quando me preparava para ir embora, expliquei ao meu menino que tinha que ir embora, porque estava doente e cansado e ainda tinha coiosas para fazer. Ele pediu-me para ficar mais um bocadinho a brincar com ele. Eu insisti que tinha de ir. Ele voltou a pedir, com a cara mais triste do mundo e com a voz arrastada. Não resisti e fiquei.
Naquela cara, naquela voz arrastada aquele "brinca um bocadinho com os carrinhos comigo" foi tremendamente arrasador. Tocou-me muito, mas acima de tudo, sei que se não tivesse correspondido ao pedido, aquele menino iria ficar com o coração despedaçado. Iria ficar triste e a verdade é que não merecia. Nunca merecerá!
São estas coisas que me tocam mesmo mesmo a sério!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

MEC

Li a entrevista do Miguel esteves Cardoso (MEC) à Sábado. Li e gostei.
Sempre apreciei o MEC. Parece meio louco, mas sempre achei que diz coisas interessantes.
Nesta entrevista falou dele próprio, da vida de drogas e álcool, dos tempos do Independente, a par com o Paulo Portas.
Este meu lado voyeur faz-me apreciar estas coisas. Não há nada a fazer.
Mas o que me leva a escrever sobre a entrevista do MEC é esta nova tendência de todos dizerem abertamente em entrevistas que já se meteram na droga e no álcool. Parece que está na moda e que fica bem assumir. Hoje é fácil encontrar várias figuras públicas que, numa qualquer entrevista, o assumem. De tal forma que ninguém os vê como ex-agarrados, ex-toxicodependentes ou ex-alcoólicos, diria mesmo, ex-bebados. Porque são figuras públicas, ameniza-se a coisa, qualquer eufemismo serve para "dourar a pílula".
Apesar desta minha opinião, reconheço que, no caso do MEC, não vejo assim as coisas. Não o vejo como alguém que diz as coisas só porque hoje tudo se aceita ou está na moda. Até porque a forma como as suas respostas aparecem na entrevista, deixam a entender que o que ele disse foi mais desprendido, mais seco, mais frio e com uma abordagem ao pormenor. Ele não diz apenas que já consumiu drogas, mas quais foram essas drogas e os efeitos que faziam. Diz que na redacção do jornal bebiam muito álcool, e diz o que bebiam e quanto bebiam.
Gostei mesmo do que li e decidi partilhar... pronto. Já está!