Actualização do texto que aqui escrevi em 5 de Abril de 2008 (Sábado)
Uma Vida Quase Perfeita
Sonhar com uma vida quase perfeita é sonhar com coisas simples. Uma vida quase perfeita é, para mim, uma vida simples, mas repleta de coisas boas. São as amizades, as viagens, a família, os momentos que recordamos e também os que gostariamos de não lembrar, o filme que nos toca, a música que parece ter sido escrita por nós e para nós, é o nosso cantinho, onde construímos o nosso lar, num espaço que é nosso mas que gostamos de partilhar. É a partida e o regresso, é o país que nós temos, que nós somos, que nós construímos. São os aromas e os sabores que temos sempre presente, principalmente quando vamos para fora. É a vontade, a imensa vontade de estar onde não estamos ou de estar com quem não estamos. É a saudade. É o Sol da Primavera, é o calor do Verão, são os tons avermelhados do Outono e é o frio do Inverno. É o Natal em família. São todos os votos que todos os fins-de-ano repetimos para o ano seguinte. São as recordações de infância, das férias grandes, dos amigos que deixamos para trás no percurso que nos fez chegar até aqui, e os amigos que ganhámos durante esse percurso. É crescer e tornármo-nos responsáveis, é o emprego que escolhemos ou aquele que somos obrigados a ter, é o fim-de-semana e o fim-do-mês, que parecem nunca mais chegar, são os horários que temos que enfrentar. É sair com os amigos. É o acordar tarde ao fim-de-semana. É o Domingo inteirinho no sofá. São os feriados e as férias. É, de vez em quando, procrastinar. Hoje não, amanhã, ou depois. E ter prazer nisso! É gostar de ti e dizer-te, olhos nos olhos. É gostar de ti e não ter que o dizer. É ter-te aqui, é deixar-te ir, é querer voltar a ter-te. É querer ver-te hoje. São as relações, mais complexas ou mais simples, que nos deveriam tornar mais felizes. É lutar por conseguir que durem ou colocar o ponto final. É ter a relação que se gostava de ter. É sonhar com ela, a relação quase perfeita, que ao longo da vida acreditamos que viremos a ter ou desejamos que nunca acabe. É ser feliz com pouco. É dar muito. É surpreender e ser suspreendido. É termos alguém ao nosso lado, companheiro de uma vida. É escolhermos vidas solitárias. É a decepção, é cair e voltar a erguer para de novo voltar a cair, e voltar a erguer com mais força do que nunca e, com um grande sorriso de esperança, seguir em frente sem nunca, nunca deixar de acreditar. É ter fraquezas, medos e receios. É ser forte, tenaz e obstinado. Resiliente. É o orgulho de sermos quem somos ou querermos ser melhores. É superarmo-nos no dia-a-dia e sentir orgulho nisso. São os sonhos altos. São os projectos grandes e pequenos, os que concluímos e aqueles dos quais nunca mais vemos o fim e ainda os que adiamos eternamente.
É acreditar que, um dia, quando olharmos para trás vamos ter a certeza que «sim, eu fui feliz. Eu construí a minha vida quase perfeita». Todos os dias...
Bom dia!
terça-feira, 13 de setembro de 2011
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