domingo, 29 de junho de 2008

A lógica da frustração

Tenho o hábito - talvez defeito - de observar tudo o que se passa à minha volta. Seja no trabalho, seja num bar, ou, até, numa estação de serviço, tento observar tudo. Observo a disposição física do espaço, observo o comportamento individual e inter-relacional das pessoas, tentando criar uma lógica. Para mim, quase tudo tem uma lógica e, além disso, tenho uma boa memória fotográfica. É, aparentemente, uma inutilidade, isto que faço, mas muitas vezes ajuda-me a perceber o que vai à minha volta. Gosto de pensar que será, pelo menos, uma boa forma de exercitar na mente.
Quando, por exemplo, estou com alguém - vou usar como exemplo uma mulher - reparo no que veste, na postura, na fisionomia, ao ponto de reparar no sinal que tem num determinado local - por exemplo, no pescoço - ou no brilhante colado na unha do pé. Reparo em tudo.
Serve esta introdução para dizer que, às vezes, me sinto frustrado com o que vejo. Ainda ontem, num evento social, um amigo-conhecido meu levou uma amiga, supostamente namorada, que eu não conhecia. Conhecendo-o bem, nunca poderia acreditar que ele e ela poderiam formar um casal, nunca. Em que é que me baseio para tal afirmação? Porque o conheço. Se para mim, isso já seria suficiente, a partir do momento em que troquei algumas palavras, deixei de ter dúvidas, mesmo não tendo criado grande empatia com ela. Adiante.
Essa mesma lógica que procuro para tudo, é a lógica que vejo quando duas pessoas se cruzam na vida - refiro-me a relacionamentos. Não entendo as relações com base apenas na emoção. Gosto de alguém por algum (muitos) motivo(s) e esses motivos vão despertar em mim outras sensações - as emoções - que me farão estar mais sensível, mais disponível para o afecto, mais alegre, e até mais simpático. Portanto, se gosto pela razão, o que fizer, faço com emoção. Por isso, estranho quando alguém me diz que se arrependeu de estar com outrem quando teve mais que tempo de perceber se encontrava, com racionalidade, as qualidades/características que pretende ver na outra pessoa. Refiro-me a relacionamentos esporádicos, curtas-metragens!
Tenho conhecido nos últimos tempos, imensas pessoas. Poucas são as que têm relacionamentos "normais". Ainda não consegui encontrar uma lógica para isso. É suposto as pessoas serem felizes, mas para isso é preciso fazer alguns esforços e concessões. Não é isso que observo...
Talvez, por tudo isto, me sinta frustrado. Tem lógica, digam lá que não tem?

2 comentários:

Buttafly...fly...fly... disse...

Gosto do que escreves... Além disso, concordo.

;)

Buttafly...fly...fly... disse...

Gosto do que escreves... Além disso, concordo.

;)