Fazemos parte da geração do quase.
Acercados por grandes facilitismos, aceitamos, sem nunca o assumirmos, que quase tudo é descartável.
Os electrodomésticos duram menos de metade do tempo de antigamente. As novas tecnologias superam-se a cada dia e tudo o que temos rapidamente fica obsoleto.
Somos vítimas do nosso querer, do querer tudo, deste consumismo que ajudamos a criar e do qual fizemos moda e modo de vida.
As relações são espelho desse consumismo. Tornámo-nos individualistas e egoistas. O nosso espaço é a nossa maior riqueza e recusámo-nos a partilhá-lo, recusando, com isso, partilhar o que somos.
Damos pouco de nós, recebemos pouco dos outros. Não fazemos o mínimo esforço por dar mais e, como não recebemos mais, decidimos parar. Ficar por ali. Seguir em frente é seguir outro caminho. Não pensamos na segunda oportunidade, antes preferimos uma nova oportunidade, que, esperamos, traga com ela uma nova descoberta.
Perante as adversidades da relação optamos por desistir. «Queremos ser felizes», dizemos, sem nunca tentarmos perceber como, ou o que isso significa.
Assumimos à partida que nada é eterno e que a nossa independência nos permite tudo, absolutamente. Somos mais vazios que alguma vez sonhamos ser, mas acreditamos que somos mais felizes assim.
Tomámos sempre o caminho mais fácil... (ainda continua)
1 comentário:
Bom... concordo parcialmente. Somos muito mais consumistas, sim. Muito mais ansiosos, queremos tudo já. Quanto às relações, não seremos um pouco mais honestos? Entre dizer "Chega, assim não sou feliz, vou tentar sê-lo sózinho ou com outra pessoa" e arranjar uma relação fora do casamento, mantendo uma vida familar de fachada, como era comum há uns anos, julgo que é mais honesto terminar a relação. Just a thought...
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