sábado, 27 de setembro de 2008

Trabalho

E agora, se me dão licença, vou até Bordéus... de carro.
Ouvi dizer que há lá castelos, vinhas e vinhos.
E depois vou a Lyon...
E á Côte du Rhône...
E ao Priorato...
E a Madrid.
Volto na 6ª para contar como foi...

Geração quase perfeita (3ª parte)

Seguir o caminho mais fácil é, no caso das mulheres, reencontrar-se com o passado e, no caso dos homens, aceitar tudo o que aparece. Custa menos. Raramente resulta.
O futuro é um cenário difícil. Não construimos o futuro, não acreditamos no futuro. Somos a geração do presente. Gostamos de navegar á vista, mas à vista curta.
Já ninguém acredita numa relação eterna, na partilha e na construção.
Os homens escolhem ser independentes ou viver com os pais e as mulheres escolhem ser independentes. Confunde-se o egoísmo ou individualismo com a independência. Não sabendo partilhar o espaço ou os momentos, opta-se por vivê-los sozinhos. Achamos que devemos ser como somos, sem nos esforçarmos por nos adaptarmos aos outros, á sociedade. Entendemos que já fazemos esse esforço no plano sócio-profissional e que não o devemos fazer no plano pessoal. E, a não ser que sejamos seres perfeitos, estamos errados. Muitas vezes sabemos que estamos, mas é mais fácil, é mais confortável dizer «têm que me aceitar como sou». Esquecemo-nos, ou talvez não, que a vida é vivida em sociedade e que nunca poderemos ser exactamente como somos para os que nos são mais distantes ou estranhos, e que quem está próximo merece ainda mais que nos adaptemos. Achamos que adaptar é mudar e que mudar nos faz perder a identidade. Não faz.
Não raras vezes, optamos por relações superficiais, passageiras e cheias de nada. É o sexo que nos move e que serve de alavanca para o ego. Descartamos e somos descartados, muitas vezes colocando o respeito de lado.
Somos a geração do design, da embalagem, dos icons da moda e das marcas. Já não se compra um computador, mas um Vaio ou um Mac. Não compramos um leitor de mp3, mas sim um Ipod. Os ginásios transformaram-se em healthclubs e as termas (coisa de velhos) em spas. Os bares são agora lounge clubs.
Somos também assim nas relações humanas. Damos cada vez mais valor á embalagem. O culto do corpo não é o culto da saúde. Todos usamos cremes e as mulheres exigem homens depilados. É tudo o que importa ou, pelo menos, o que mais importa.
Somos mais miseráveis que as gerações anteriores? Mais pobres de espírito? Não sei. Penso que não. Somos apenas menos humanos, mais limitados do ponto de vista relacional. Na procura de, do nosso próprio ponto de vista, sermos mais perfeitos, complicamos tudo e esvaziamos tudo. Queremos quase tudo e temos quase nada. «Somos mais felizes» dizemos.
Podiamos ser, mas não somos...

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Só pra dizer que

a terceira parte do texto "geração quase perfeita" não está esquecida...

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

77 was the year where everything starts...

Só pra dizer que hoje é o meu dia!

Parabéns para mim!!!!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Geração Quase Perfeita (2ª parte)

Fazemos parte da geração do quase.
Acercados por grandes facilitismos, aceitamos, sem nunca o assumirmos, que quase tudo é descartável.
Os electrodomésticos duram menos de metade do tempo de antigamente. As novas tecnologias superam-se a cada dia e tudo o que temos rapidamente fica obsoleto.
Somos vítimas do nosso querer, do querer tudo, deste consumismo que ajudamos a criar e do qual fizemos moda e modo de vida.
As relações são espelho desse consumismo. Tornámo-nos individualistas e egoistas. O nosso espaço é a nossa maior riqueza e recusámo-nos a partilhá-lo, recusando, com isso, partilhar o que somos.
Damos pouco de nós, recebemos pouco dos outros. Não fazemos o mínimo esforço por dar mais e, como não recebemos mais, decidimos parar. Ficar por ali. Seguir em frente é seguir outro caminho. Não pensamos na segunda oportunidade, antes preferimos uma nova oportunidade, que, esperamos, traga com ela uma nova descoberta.
Perante as adversidades da relação optamos por desistir. «Queremos ser felizes», dizemos, sem nunca tentarmos perceber como, ou o que isso significa.
Assumimos à partida que nada é eterno e que a nossa independência nos permite tudo, absolutamente. Somos mais vazios que alguma vez sonhamos ser, mas acreditamos que somos mais felizes assim.
Tomámos sempre o caminho mais fácil... (ainda continua)

Geração quase perfeita

O título do post poderá parecer envolto em algum cinismo. Aviso, desde já que não o é. Pelo menos, não tem a intenção de o ser. O segredo está no valor nuclear da palavra "quase".


Esta nossa geração, a dos trintas, é a geração do quase.


Uns têm um quase emprego, outros um quase ordenado, outros (muitos) habitação quase própria. Há aqueles que têm um carro quase próprio, que têm uns quase amigos que surgiram assim de repente, do mundo do trabalho. Depois, uma grande maioria teve uma relação que quase deu certo, alguns estiveram quase para casar, outros juntaram-se e quase foram felizes.


Eu tenho uma vida quase perfeita. Ainda vou tendo emprego com salário que quase me satisfaz. Tenho um carro quase meu (que afinal é da empresa), tenho uma casa quase minha, mas que afinal é do banco... (continua)

sábado, 20 de setembro de 2008

Por este andar

Pela primeira vez, desde que comecei nestas lides blogosféricas, penso em ficar por aqui. Parar.
Desde o primeiro texto, ainda no outro blog, sempre senti o prazer de construir este meu espaço. Fi-lo por mim, mas não para mim. Sempre que editava um texto, uma música, ou uma imagem, era na intenção de partilhar. E parece que foi resultando. E ainda resulta.
Ao contrário do que achei ser capaz, penso agora que não tenho conseguido melhorar os conteúdos. As ideias que me surgem, as músicas que ouço, ou os filmes que vejo, continuam a existir e a serem passiveis de ser partilhadas, no entanto, a falta de tempo, a falta de oportunidade para o fazer em tempo útil - o tempo que vai desde o momento em que surgem até ao momento em que são aqui partilhadas - tem sofrido uma décalage cada vez maior e assim perde a piada. Pelo menos a piada de chegar aqui e, de forma quase instantânea, partilhar. Sempre escrevi, com fluidez, o que me ocorria na mente. Era esta a minha genuinidade.
Numa semana muitas coisas acontecem e muitas outras me passam pela cabeça, mas demorar uma semana a passá-las para aqui faz-me perder a vontade de partilhar...
Talvez sejam outros factores que me façam hoje, Sábado, pensar assim. Espero amanhã ou depois voltar a pensar de forma diferente.
Nada se perde...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Foi assim...

A tarde de Sábado trouxe momentos quase perfeitos, entre eles, um almoço em boa companhia à beira-mar e algumas horas bem passadas ao Sol.
Depois, um regresso à infância. Recomeçar a treinar futebol numa equipa amadora trouxe-me memórias de infância e os mesmos sentimentos de quando há vinte anos atrás tudo acontecia da mesma forma. Parece que sim. Que continuo a trazer dentro de mim uma parte da criança que fui. Talvez por isso eu tenha que concordar que um homem tem sempre um lado mais infantil. O meu é este, o de gostar de jogar futebol, independentemente da minha idade.
A noite de Sábado trouxe ainda mais momentos quase perfeitos, mas desta feita, talvez, na companhia perfeita.
O Domingo trouxe dúvidas e pensamentos, mas terminou de uma forma pouco habitual, primeiro com o auxílio de quem mais precisava de mim naquele momento e por fim com a partilha do meu espaço com o meu amigo de infância.
Tinha pensado escrever aqui outras coisas, mas por agora fica assim...

sábado, 13 de setembro de 2008

O tempo que não chega

Este blog é o reflexo da minha falta de tempo.
Passo por cá para dar uma vista de olhos a ver se alguém comentou os últimos textos. Apenas um comentário. Passo por outros blogs para ir vendo as actualizações. Apenas os imprescindíveis. Vou acompanhando o que se passa e, até, percebendo que o novo programa da Teresa Guilherme é uma coisa nunca vista. Ouço alguém comentar, mas já tinha lido aqui nos blogs.
Vou aproveitando para dividir o meu tempo entre o costume. Trabalhar, trabalhar, trabalhar, jantar com as pessoas do costume em dias diferentes. Ir ás habituais futeboladas. Desmarcar com quem apetece estar menos para estar com quem apetece mais. Combinar programas que depois não se cumprem - nunca se cumprem - e, depois, com muita tristeza e sentimento de que estou a falhar, perceber que não estou com a minha irmã e os meus sobrinhos há mais de duas semanas. Sempre a adiar o que mais que uma obrigação, é um grande prazer. «Talvez passe hoje. afinal não, prometo passar amanhã... Não consegui sair mais cedo. Fica prometido para amanhã. Amanhã não estão cá? Fica para... para... para Domingo à tarde, pode ser?»
E assim se vai levando tudo ao limite. O deitar tarde e dormir mal. O trabalho que acumula porque as solicitações são mais que muitas. «Tudo bem. Combinamos para Sábado. Fazemos isso no Sábado. Eu levo o computador. E a reunião? A reunião fica para terça, porque segunda já tenho uma marcada. Mas afinal que convocatória é aquela para reunião na quarta? Com quem? Mas sobre o quê? Tenho mesmo que estar presente?» Quase tudo se torna adiável.
Sair do trabalho depois das nove, ir jantar, aproveitar para estar com aquela pessoa e acreditar que apesar do cansaço e da falta de paciência, nos vai fazer bem. Não tenho fome. A conversa não flui. «Não puxes por mim, por favor. Estou cansado. Só quero estar, mais nada.»
Voltar a avançar. Ficar na dúvida. Estar bem. Sentir orgulho por estar bem. Fazer tudo bem. Ter vontade de continuar a fazer bem.
Fim-de-semana. Final de dia de trabalho. Um momento especial. Um jantar desmarcado e outro que aparece no momento certo. A companhia que apetece, mais aquela que não apetece mas que é bem vinda. Um serão calminho, mas divertido.
A certeza de que amanhã, mesmo que conseguisse planear de forma científica, seria difícil encaixar tudo de forma a não me atrasar para o jantar. A correr bem, chegarei com uma hora de atraso. Não digam a ninguém...


terça-feira, 9 de setembro de 2008

Espaço para dois... outra vez

As ironias da vida fazem com que nem todos tenham as mesmas oportunidades.
O meu amigo V. não tem sido bafejado pela sorte, mas agora, finalmente, conseguiu um emprego decente. Há algum tempo voltou para casa dos pais, mas agora, por causa do novo emprego, tem necessidade de se mudar. Enquanto não encontra onde ficar, pediu-me para ficar em minha casa. Eu acedi desde logo.
Por isso, até ao final do mês, a minha casa voltará a ser um espaço partilhado.
Confesso que me custa, confesso que o meu egoísmo me faz sentir um bocadinho incomodado com isso e sinto, até, o estômago embrulhado por ter que partilhar o meu espaço.
Mas nestas coisas, tudo o que eu possa sentir é completamente secundário e facilmente ultrapassável. Para mim, este é o significado de amizade.
E se o meu amigo precisa de empurrar o mundo, então eu dou uma mãozinha. Afinal, sempre se torna mais fácil se forem dois a empurrar.

sábado, 6 de setembro de 2008

Parece que sim

Parece que acordei recuperado... pelo menos, mais bem disposto.
Sei que ainda tenho que me cuidar bem nestes próximos dias, mas para já, posso socializar, pois já não me sinto irritado e com mau feitio (embora eu e o mau feitio andemos sempre de mãos dadas, só que por vezes deixo-o um bocadinho para trás).
O tempo parece que também já está mais a meu favor.
Continuo cheio de dúvidas sobre montes de coisas. É normal termos dúvidas (engraçado... se substituirmos o "ú" por "i" também faria sentido). O que não é normal é eu ter tantas dúvidas sobre tão poucas coisas.
Lembro-me do meu pé direito. Tenho dúvidas de se estou a deixá-lo recuperar, ou se estou a adiar uma inveitável ida ao médico, ou ao "endireita", ou a um fisiatra.
Uma coisa garanto, esta não é a pior das minhas dúvidas.
As outras também são mais ou menos como o meu pé direito. Não sei se hei-de fazer alguma coisa ou deixar andar, adiando, adiando, adiando.
Tenho percebido - a experiência e o crescimento fazem estas coisas - que vou deixando de ter certezas absolutas, mas ainda vou tendo certezas relativas, relativas á minha pessoa, claro está.
A experiência e o crescimento (não físico, mas moral e mental) trazem coisas boas, mas levam também outras que eram ainda melhores. A imortalidade vai passando com os anos. A imortalidade trazia confiança, talvez exagerada, mas a mortalidade traz pressa. A pressa faz-me fazer muitas coisas ao mesmo tempo.
Fazer muitas coisas ao mesmo tempo, não raras vezes, fazem-me aproveitar mal os momentos e, ainda assim ou talvez por sorte, tenho tido momentos daqueles que vão comigo para sempre. Coisas que nunca pensei fazer, ou viver, ou querer fazer ou querer querer.
Enquanto o tempo vai passando e essas coisas da experiência e do crescimento vão-nos fazendo mudar, a mim e a quem me rodeia, noto que me torno menos capaz de decidir o que quero, apesar de ter mais certezas sobre o que quero.
É o medo. Porque quando sabemos o que queremos e percebemos que o tempo avança, apetece não falhar. Ora se não decidirmos e deixarmos rolar, parece que nunca falhamos. Ou então falhamos sempre, não sei.
Aquilo que sei é que, para já, tudo corre bem. Todos me dizem isso. Todos acham que a minha vida é melhor que a deles. Na maior parte dos casos concordo. É-o de facto. O que não quer dizer que me deva acomodar. Até porque nas minhas certezas, sei que a este nível, a queda é o mais provável dos cenários.
Só quero aguentar-me mais uns tempos. Depois... bem... depois poder começar de novo nem me parece um mau cenário.

E é por tudo isso que esta fica bem aqui...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

A palavra do dia: Cholagutt

Com tantos jantares e tantos vinhos que provei esta semana (mais de 40), o fim-de-semana chegou com uma crise de fígado.
Agora é hora de descansar.
Um filme, um sofá, uma garrafa 0,75l de àgua Pedras Salgadas, um copo com 15 gotas de cholagutt e a certeza que sempre tive de que dentro deste 1,81m com 84kg moram uns orgãos que facilmente sucumbem ao que cá entra.
E por aqui me fico.

Amanhã estarei novo outra vez.

Bom fim-de-semana