De há uns tempos a esta parte, tenho tido a possibilidade de conversar ou assistir a conversas com mulheres com mais de 30 anos, as quais vivem hoje a ressaca de um desamor. Essas mulheres de 30 vivem ou viveram relações que as fizeram deixar de acreditar no sonho cor-de-rosa de uma vida quase perfeita.
Se por um lado, eu faço parte do lote de "bons malandros" - desculpem lá o eufemismo, mas hoje não estou virado para o vernáculo! - por outro lado, gostava de poder olhar para essas mulheres e, eu próprio, acreditar que ainda vamos todos a tempo de viver vidas quase perfeitas.
Olho para elas e, enquanto homem, continuo a vê-las como mulheres bem interessantes que são, embora numa boa parte dos casos, elas já não se sintam assim interessantes, não se sintam seguras e muito menos acreditem que haja homem algum que as faça voltar a sonhar.
E, afinal, onde está o erro? Porque é que estas coisas acontecem? Porque é que acontecem assim tantas vezes?
Porque ninguém, homem ou mulher, está hoje disposto a fazer sacrifícios, a ceder e a perceber quem está do outro lado. E não, não são só os homens os culpados. Embora os homens sejam, de facto, mais culpados! As mulheres, apesar de lutarem mais, de serem mais sofredoras e de serem capazes de perdoar mais vezes ou mais facilmente, também não percebem que do lado de lá está alguém que continua, nos padrões actuais da sociedade, a ter a vida a jogar mais a seu favor e por isso a facilitar mais, a desleixar-se mais, a distrair-se mais, mostrando, erradamente, menos interesse na construção do sonho de ambos.
Além disso, há a liberdade. Tal como em toda a história do mundo, a liberdade, depois de conquistada é, muitas vezes, mal empregue ou empregue de forma extrema. Por isso, a liberdade pela qual as mulheres tanto - e bem - lutaram, é extremada, acabando por ser usada para vincar posições e mostrar que têm direito à sua própria liberdade, desistindo de lutar por aquilo que, afinal elas também querem, que é uma relação saudável e assente em valores.
À medida que o tempo avança, dou por mim a pensar em como nós homens somos ou fomos capazes de fazer alguém sofrer. Em primeiro lugar, nós não merecemos. Em segundo lugar, era suposto as pessoas excluirem de dentro de si e das suas vidas as coisas piores que lhes acontecem ou aconteceram, mas as mulheres não o fazem. Sofrem, sofrem porque nós as desiludimos, sofrem porque acreditaram e sofrem ainda porque perceberam que acreditaram mais do que nós. Por fim, percebo a sorte que temos quando vejo uma mulher sofrer por um homem e percebo que esse homem não o merecia e percebo-o melhor quando esse homem não sou eu.
Resumindo, envergonho-me de fazer parte do lote e fico triste por nós, homens, termos esta imensa capacidade de magoar pessoas que, afinal, durante algum tempo foram muito importantes nas nossas vidas.
(A úlima conversa que tive sobre o tema foi na 2º feira, no regresso de Lisboa! Uma viagem animada, debaixo de chuva!)
Se por um lado, eu faço parte do lote de "bons malandros" - desculpem lá o eufemismo, mas hoje não estou virado para o vernáculo! - por outro lado, gostava de poder olhar para essas mulheres e, eu próprio, acreditar que ainda vamos todos a tempo de viver vidas quase perfeitas.
Olho para elas e, enquanto homem, continuo a vê-las como mulheres bem interessantes que são, embora numa boa parte dos casos, elas já não se sintam assim interessantes, não se sintam seguras e muito menos acreditem que haja homem algum que as faça voltar a sonhar.
E, afinal, onde está o erro? Porque é que estas coisas acontecem? Porque é que acontecem assim tantas vezes?
Porque ninguém, homem ou mulher, está hoje disposto a fazer sacrifícios, a ceder e a perceber quem está do outro lado. E não, não são só os homens os culpados. Embora os homens sejam, de facto, mais culpados! As mulheres, apesar de lutarem mais, de serem mais sofredoras e de serem capazes de perdoar mais vezes ou mais facilmente, também não percebem que do lado de lá está alguém que continua, nos padrões actuais da sociedade, a ter a vida a jogar mais a seu favor e por isso a facilitar mais, a desleixar-se mais, a distrair-se mais, mostrando, erradamente, menos interesse na construção do sonho de ambos.
Além disso, há a liberdade. Tal como em toda a história do mundo, a liberdade, depois de conquistada é, muitas vezes, mal empregue ou empregue de forma extrema. Por isso, a liberdade pela qual as mulheres tanto - e bem - lutaram, é extremada, acabando por ser usada para vincar posições e mostrar que têm direito à sua própria liberdade, desistindo de lutar por aquilo que, afinal elas também querem, que é uma relação saudável e assente em valores.
À medida que o tempo avança, dou por mim a pensar em como nós homens somos ou fomos capazes de fazer alguém sofrer. Em primeiro lugar, nós não merecemos. Em segundo lugar, era suposto as pessoas excluirem de dentro de si e das suas vidas as coisas piores que lhes acontecem ou aconteceram, mas as mulheres não o fazem. Sofrem, sofrem porque nós as desiludimos, sofrem porque acreditaram e sofrem ainda porque perceberam que acreditaram mais do que nós. Por fim, percebo a sorte que temos quando vejo uma mulher sofrer por um homem e percebo que esse homem não o merecia e percebo-o melhor quando esse homem não sou eu.
Resumindo, envergonho-me de fazer parte do lote e fico triste por nós, homens, termos esta imensa capacidade de magoar pessoas que, afinal, durante algum tempo foram muito importantes nas nossas vidas.
(A úlima conversa que tive sobre o tema foi na 2º feira, no regresso de Lisboa! Uma viagem animada, debaixo de chuva!)