Aproveitando a reconhecida criatividade da Inês, pedi-lhe que escrevesse um texto sobre um momento quase perfeito numa vida quase perfeita. Aqui fica o texto da Inês.
O Mike pediu-me de joelhos (não é verdade mas achei que seria bonito dar algum dramatismo à coisa) para descrever um momento quase perfeito de uma vida quase perfeita. Nunca simpatizei com a palavra quase. Gosto do tudo ou do nada e não do quase tudo e do quase nada. Mas adiante... Tentei imaginar um momento quase perfeito e vieram-me centenas de coisas à cabeça. As gargalhadas no café, os dias de praia que se prolongam até às 8 da noite, os filmes no sofá em frente à lareira com 2 litros de gelado de baunilha e chocolate, uma noite de música ao vivo, um CD acabadinho de comprar, os primeiros raios de Sol no Inverno, acabar um livro de 600 páginas e reler o último parágrafo, aquele chupa-chupa que nos lembrámos de comprar e que saboreamos durante 5 minutos como uma criança de 10 anos, o abanar de cauda de um cão eufórico, as viagens a sítios que conhecíamos apenas por fotografia, o abraço sentido de um Amigo, ou as mordidelas no braço, o frio na cara que faz chorar, o florescer das amendoeiras na Primavera, comer um cachorro quente a seguir a uma noitada, não ter hora para acordar, encontrar um velho amigo no sítio mais improvável, receber um postal, o sorriso sincero, a camisola XXL emprestada numa noite fria e que tem o cheiro de quem gosta de nós.
Esqueci-me de coisas? Pois esqueci, a minha memória está longe de ser "quase perfeita". Mas todos estes momentos são momentos "quase perfeitos" que estão inseridos numa vida "quase perfeita" que é a minha. E que pode ser a de qualquer outra pessoa quando possuímos a capacidade de ajustar o nosso referencial de quase felicidade.
Esqueci-me de coisas? Pois esqueci, a minha memória está longe de ser "quase perfeita". Mas todos estes momentos são momentos "quase perfeitos" que estão inseridos numa vida "quase perfeita" que é a minha. E que pode ser a de qualquer outra pessoa quando possuímos a capacidade de ajustar o nosso referencial de quase felicidade.
De alguma forma, todos nos revemos no todo ou em parte, nestes momentos da Inês, que tal como eu esperava, escreveu um texto quase perfeito. Gostei muito e espero que vocês também gostem.
2 comentários:
Obrigada pelas palavras ;) O prazer foi meu!
olá Mike ;)
.....Estranho??? Humm, o que achas-te tu assim de tão estranho no pouco que lês-te pelo meu blog?
Fiquei curiosa lol
Fica bem :)
crazyyy
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