sexta-feira, 25 de abril de 2008

Nó...

... no estomago.
Foi assim que me senti ontem. Um nó no estômago ajudava a lembrar que era o último dia.
Passei 5 bons anos na empresa. Conheci muita gente. Dessa muita gente que conheci, alguns tornaram-se amigos, outros nem por isso, mas é sempre assim, não é verdade?
Este último dia custou mais do que alguma vez imaginei. Na vida há sempre projectos que ficam por concluir. Penso que foi isso que me custou mais. Tinha vários projectos giros em mãos. Estavam a dar imenso trabalho, mas ao mesmo tempo estavam a dar imenso prazer. Bem sei que as oportunidades não surgem quando ou como queremos, por isso, tinha mesmo que esquecer os projectos e seguir em frente.
Aprendi muito e cresci muito, quer profissionalmente quer pessoalmente. Profissionalmente, cresci na responsabilidade, na focalização, na organização, no método, no rigor e na capacidade de encarar os obstáculos e antecipá-los. Pessoalmente, quebrei muitas das barreiras que tinha na forma de socializar e de me adaptar ao meio envolvente.
Saio feliz, pela opção que tomei há 5 anos atrás, pela opção que tomo agora, não me acomodando num conforto que a médio prazo poderia fazer de mim apenas mais um dentro da organização. Saio feliz porque fiz amigos, saio feliz porque acredito que algumas pessoas - e não só os amigos - vão querer saber de mim, vão cruzar-se comigo e lembrar-se-ão de mim.
Pela vida fora vou ter orgulho de dizer «eu trabalhei ali, naquela empresa». Agora é tempo de fechar a porta e seguir o meu caminho. De começar o processo todo, novamente. De crescer ainda mais e, se possível, de ser feliz!


Nó é também aquilo que melhor pode definir as amizades. Gosto de nós apertados, de sentir que nada nos fará seguir caminhos diferentes. Para isso preciso de sentir que as minhas amizades não são fruto apenas de factos circunstanciais, mas de vontades, de gostos comuns, de respeito e de atitudes. As amizades ciscusntaciais não são nós, são laços e, como todos sabemos, os laços desfazem-se assim que se puxa por, pelo menos, uma das pontas. Atenção! Estas amizades também fazem falta e tenho feito várias amizades assim. Não podemos ser todos intimos e eternamente ligados. Não têm menos valor quando assim são. Têm um valor e significado diferentes, isso sim.
Neste tipo de amizades não podemos, porém, colocar demasiada expectativa, nem um grau de exigência muito grande para não nos desiludirmos. Devemos aceitá-las como são, meramente circunstanciais. É que se exigirmos demais um dia sairemos defraudados, porque inveitavelmente alguém vai falhar.
Comparo as amizades com as empresas. Parece estúpido, eu sei, mas reparem na analogia. Dizem os manuais que uma empresa não deve ser dependende de apenas um fornecedor nem de apenas um cliente. Entenda-se "um" como "poucos" e não literalmente como "um". Nas amizades é igual. Não devemos estar dependentes de um amigo nem deixar que um amigo dependa de nós. Entenda-se um como "poucos". Claro que cada pessoa terá o seu papel na esfera da amizade, e quanto mais pessoas essa esfera envolver, mais felizes poderemos ser. Agora não vamos chamar amiga a toda e qualquer pessoa que nos aparece pela frente. Se dermos na mesma medida do que recebemos - uma medida não mensurável, obviamente - coneguiremos distinguir, quase sempre, o trigo do joio. E assim se constrói uma vida quase perfeita.


Preparo-me agora para ir de férias. Madrid é o destino, como já aqui o disse.
A não ser que eu ou alguém próximo adoeça, que o voo seja cancelado ou qualquer outro movito hexógeno, Domingo lá estarei. Dar-vos-ei notícias, espero.
Tenho um assunto que me tem estado a moer por dentro. Tenho alguma dúvida na forma de o resolver ou quando o deverei fazer. Antes de ir? Depois de voltar? Tenho estado inclinado para a segunda hipótese. Vejo as coisas de duas formas: quanto mais tempo passa mais distante fico do problema, o que à partida seria bom. Ver à distância aumenta o discernimento. Por outro lado, é bem possível que à distância esse problema tenha uma dimensão maior do que eu posso pensar neste momento. Espero saber gerir o problema. Como em tempos já o disse, sou bem melhor a gerir assuntos profissionais, do que assuntos pessoais. Madrid posse ser uma boa conselheira.


Diversão.
Penso que tem a ver com o meu positivismo nalgumas situações. Apesar do referido "assunto", que obviamente me condiciona o pensamento, fui sair. Aliás, tento sempre contrariar o estado de espírito e procurar energias positivas, quer nas companhias quer nos locais de diversão que escolho. Foi o que fiz e pretendo continuar a fazer até Domingo.
Começou ontem, com uma saída bem engraçada. Diverti-me e deixei-me contagiar pela boa disposição de quem estava comigo. Tive ainda a sorte de, no regresso a casa, assistir a um fantástico amanhecer, numa mistura de luzes dos candeeiros das ruas e das casas, com um céu azulado pincelado pelo laranja do Sol que ainda escondido por detrás das montanhas, anunciava mais um belo dia.


Por falar em belo dia...
Se não se importam, vou aproveitar o dia, o sol, o calor e já volto. Ou então não volto. Mas darei notícias, só não sei é quando...

1 comentário:

Inês disse...

Adorei a analogia dos laços e dos nós :)
Boa sorte na nova empresa. Fizeste bem em mudar e não partir para a coisa mais confortável. A mudança traz sempre aprendizagem :)
Boa viagem! Não me importava nada de ir para Madrid!