terça-feira, 5 de junho de 2007

Sonhos perdidos

Quando acordou percebeu que alguma coisa iria acontecer. Uma estranha sensação apoderava-se dele, nunca se tinha sentido assim. Num ritual sempre igual, arranjou-se e saiu de casa.
Durante todo aquele dia de trabalho, tentou recordar-se do sonho que tivera nessa noite. Sabia que a sensação que tinha poderia advir daí, do sonho.
No final da tarde desceu a avenida em direcção ao mar, entrou no café e dirigiu-se ao balcão. Pediu um café e acendeu um cigarro. Pagou e dirigiu-se à porta.
Ao sair, cruzou-se com ela. Estava mais bonita do que nunca! Cumprimentou-a, com uma voz que não era a sua, estrangulada. Um aperto no peito impedia-o de falar. Como em tantas outras vezes percebeu que nunca lho poderia dizer.
Despediu-se e seguiu o seu caminho e, naquele instante, recordou-se do sonho.
Tal como acontecera no sonho, percebeu como o deveria ter feito. Era simples. Bastava dizer «Gosto de ti». Sempre gostou.
Existem momentos certos para tudo e este já tinha passado, há muito.

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