domingo, 9 de dezembro de 2007

#2 Geração "Dinki" (ou dos e-mails que recebo) (continuação)

Coca-Cola e hedonismo.

Os "Dinkis" vivem o presente e regem-se segundo uma força centrífuga. Procuram o "eu" ideal e buscam o elixir da juventude. Por isso, as actividades diárias são comparadas a uma guerrilha. A uma selva urbana, havendo uma tendência para o esforço-recompensa. E quais são as compensações reclamadas pelos jovens sem filhos? Viagens e férias. São a fuga à prisão de asfalto. Significam a redescoberta da natureza e a conquista de culturas exóticas. E o regresso ao paraíso.O próprio lar é concebido como "um refugio, um oásis no deserto, o descanso do guerreiro."
E porque procuram boa vida, os "Dinkis" apontam a marca Coca-Cola como uma das predilectas. É o símbolo da partilha de bons momentos. "E o antídoto para a sociedade perigosa". (…)As campanhas da gigante de bebidas são das preferidas destes jovens. Quais os motivos? "Criatividade, cores apelativas e música", justificam.

Os "Dinkis" são apreciadores assumidos de "marketing" e publicidade. Dos 130 anúncios publicitários de televisão mencionados no estudo, o reconhecimento foi elevado em marcas como a Nike, Citröen, Peugeot, Heineken, Toyota, Pepsi, Skoda, Johnie Walker, Dove, Axe, MasterCard e Doritos. Destacam também a "juventude e irreverência" da William Lawsons e o "humor e a originalidade" da Vodafone.

Os "Dinkis" frequentam ginásios e fazem cirurgias plásticas. A estética e o corpo andam de mãos dadas. Motivos para fazer da Nike uma marca de eleição. Para este segmento, a marca simboliza heróis no mundo do desporto e está associada à inteligência muscular. Lidera e determina. "Just do it", diz a marca e dizem os "Dinkis".

Os filhos são vistos pelos "Dinkis" como um "entrave" ao divertimento e ao gozo da vida. Por isso, adiam a responsabilidade de educar. E optam por animais de estimação. Aproveitar cada segundo é o lema. Patente na escolha da Swatch. "Tem o tempo de vida ideal: dura dois anos. Depois já passou de moda. E compra-se outro relógio", justificam. (…)
Mentes abertas, os "Dinkis" dizem "sim" ao sexo, às uniões de facto, à homossexualidade e às famílias monoparentais. "Vai ser raro ver o pai, a mãe e o filho, todos na mesma casa e ao mesmo tempo", afirmam.(…)

Lanidor executiva.

Os jovens dos 25 aos 35 valorizam o progresso profissional. Não se realizam sem ele. Até porque significa ter mais dinheiro. E por isso, o sexo feminino projecta-se na Lanidor, associada a "jovem executiva. Também gostam da Zara, "informada e atenta às tendências da moda". Mas é considerada mais "roupa de fim-de-semana". E, além disso, está associada a "mau atendimento e fraca qualidade". Diferentes são as mulheres, dos 25 aos 35 anos, com filhos. Optam pela MassimoDutti. "A marca tem classe e está na moda", dizem. Para elas, os filhos estão em primeiro lugar. E por isso, querem as melhores marcas. O preço não é o factor mais importante. Escolhem marcas como a Chicco. Afinal é "carinhosa, amigável e protectora". (…)Os casais jovens com filhos gostam de conforto e honestidade.

Para telemóvel escolhem a marca Vodafone. Sinónimo de "credibilidade". (…)

Audi é cara.

(…) Marca que se encontra no terceiro nível de marcas preferidas para os "Dinkis". (…)O custo elevado da Audi simboliza um dos maiores medos dos "Dinkis": o endividamento. Cartões de crédito, hipotecas e prestações fazem parte do dia a dia destes jovens casais. Atitudes, muitas vezes impulsivas, que geram preocupações e aumentam o pacote dos receios, onde já estão fantasmas como o desemprego, instabilidade, divórcio, doença e morte. Endividamento, hipotecas e cartões de crédito.

Tendo como pano de fundo estas mudanças e valores, preocupações e anseios, os jovens casais sem filhos, dos 25 aos 35, chamados "Dinkis", definem-se a si próprios com adjectivos ou frases tais como: "Qualidade de Vida", "Ambição", "Falta de Tempo" e "Consumismo".

De acordo com o estudo da Millward Brown, os símbolos que melhor representam estes jovens são o carro (80%), as hipotecas/empréstimos (63%) e os cartões de crédito (52%).
Jornalista: LÚCIA CRESPO

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