sexta-feira, 29 de junho de 2007

Sem mais delongas...

Respondo ao convite do ilustre Carlos Malmoro. Mas antes, deixarei aqui uma pequena introdução.
Sendo eu mais virado para a música e para o cinema-em-casa, tendo vida social activa, uma vida profissional que me leva muito do meu tempo, e, claro, alguma preguiça, acabo por deixar pouco tempo para a leitura. Noutros tempos dedicava muito mais tempo, é um facto.
Este convite acabou até por me fazer olhar para os livros que, à espera do dia em que os vou ler, acabo por continuar a comprar.
Por isso, e sem serem exactamente os cinco últimos que li - excluí livros técnicos, profissionais ou de carácter informativo - são os cinco mais recentes, dos quais me recordo de partes, que, com o auxílio do próprio livro, aproveito para transcrever.

1- O Riso de Deus - António Alçada Baptista

Recentemente reli-o, e cheguei a preparar um post com este excerto que, sem querer, apaguei. Tal como Os Nós e os Laços, Tia Suzana Meu Amor, Catarina ou o Sabor da Maça, ou O Tecido do Outono, Alçada Baptista na sua narrativa fluente, mostra-nos que é nas relações e nos relacionamentos humanos que buscamos o verdadeiro sentido do amor, da amizade, da confiança, e, muito importante, da liberdade. Para mim, a obra de Alçada Baptista está sempre actual. Não resisto a deixar como sugestão (porque não foi um dos últimos cinco que li mas merece ser aqui destacado), a quem nunca o fez, a leitura de Os Nós e os Laços.

«- Essa é uma das minhas dúvidas: um homem e uma mulher não podem viver na dialéctica e muito menos nesta pedagogia doméstica de se ensinarem como é que um quer o outro. O futuro não vai conhecer a dialéctica e o amor entre duas pessoas tem que ser o nosso ensaio de futuro, pelo menos aquele que nos é mais acessível. Amar é uma atitude de compreender e aceitar: é reconhecer os outros e respeitar a sua liberdade. Não pode ser outra coisa, se quisermos acabar com este espectáculo triste em que todos andamos metidos. Eu só aceito catástrofes naturais: os tremores de terra, as inundações, as secas, os ciclones, a morte. Não posso aceitar esta destruição domiciliária dos sentimentos e da vida pela vontade deliberada dum homem e duma mulher que é o que se anda pr'aí a viver com o nome de amor...»

2- Livro do Desassossego - Bernardo Soares - Fernando Pessoa

Este não li! Vou lendo, é o estado de espírito que me conduz até ele, e, de alguma forma vou andando para trás e para a frente na sua leitura. Um livro em forma de blog! Deste, poderia escolher qualquer excerto. Ficaria aqui bem, certamente!

«Nunca amamos alguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos.»
«Pasmo sempre quando acabo qualquer coisa. Pasmo e desolo-me. O meu instinto de perfeiçãodeveria inibir-me de acabar; deveria inibir-me até de dar começo. Mas distraio-me e faço. O que consigo é um produto, em mim, não de uma aplicação de vontade, mas de uma cedência dela. Começo porque não tenho força para pensar; acabo porque não tenho alma para suspender. Este livro é a minha cobardia.»

3- A Minha Andorinha - Miguel Esteves Cardoso

Um livro de crónicas, bem ao jeito de MEC. É para mim, não um livro, mas um entertenimento.

«...porque o medo, mais do que o amor, é aquilo que nos uniria, caso tivessemos todos medo das mesmas coisas. (...) por muito que porfiemos, é uns dos outros que temos medo. (...) O medo é democrático. Toda a gente tem e cada um tem os seus.»

4- Voo Nocturno - Saint-Exupéry

A dureza e frieza do velho Rivière. Naquele tempo, talvez, a gestão de recursos humanos impunha esta forma de estar. Rivièrie no fundo não teve vida. Ser-se só racional não é ter vida, e Rivière, tal como Leroux, não tinha tempo...

«Estes homens são felizes porque gostam do que fazem, e gostam do que fazem porque sou duro.»
«Porque os acontecimentos comandam-se e eles obedecem, e criamos. E os homens são uma miséria, e também os criamos. Ou então afastámo-los quando o mal passa por eles. (...) Não sei se o que faço é bom. Não sei o valor da vida humana, nem da justiça, nem do desgosto. Não sei o que vale exactamente a alegria dum homem. Nem uma mão que treme. Nem a piedade, nem a doçura...»
«Para que nos amem, basta-nos lamentarmo-nos. Eu não me lamento ou escondo-o. Gostaria muito, no entanto, de me rodear da amizade e da doçura humanas.»

5- O Poder dos Sonhos - Luís Sepúlveda

Gosto da escrita de Sepúlveda. Este chileno que ama o seu país. Que sonha, mas, acima de tudo, que aqui, neste livro narra a história do passado e do presente.
Um livro recente, com comentários do autor à política internacional mais recente - Estados Unidos, Iraque, Espanha. A sua história cruzada na história do seu país e na opinião que tem sobre o mundo actual.
Comprei-o para o ler numa qualquer esplanada à beira-mar. Comecei a lê-lo.
Não deixo nenhum excerto porque, confesso, ainda o ando a ler. Eu sei que é um livro pequenino, mas tenho-o na mochila, à espera de um novo fim-de-semana de sol, na esplanada à beira-mar. Fim-de-semana esse que teima em não vir! Chiça!


Obrigado, mais uma vez, ao Carlos Malmoro pelo convite.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Semana complicada

Agenda:

Trabalho - Trabalhar numa empresa de FMCG = última semana do mês (que ainda por cima coincide com fim de trimestre e semestre) complicada.

Férias - A pouco mais de duas semanas, é necessário fechar todos os assuntos referentes ao que programamos (assim que estiver fechado, deixarei aqui os pormenores) e esta semana é crucial para que corra tudo bem. Acabou por coincidir com a necessidade de (ainda mais!!) tempo para o trabalho. Tudo se faz!!!

Amizade - Ter a oportunidade de estar na quarta-feira com um amigo com o qual não estou há muito precipita-me as obrigações domésticas.

Posto isto, o blog fica como está até Quinta-feira, se tudo correr bem.
Proximo post é a resposta ao convite do Carlos Malmoro.


Por agora deixo-vos com um striptease!



Massive Attack
Be thankful for what you've got

domingo, 24 de junho de 2007

É Domingo, mas toca a animá-lo


Hot Chip - Boy from school

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Geração dos 30

Quantas noites, quantas, não foram aquecidas numa qualquer pista de dança ao som de Nowhere Fast?...



... e a letra parece tão actual (é de 1984)

Lying in your bed and on a Saturday night
You're sweatin' buckets and it's not even hot
But your brain has got the message
And it's sending it out
To every nerve and every muscle you've got

You've got so many dreams
That you don't know where to put 'em
So you'd better turn a few of 'em loose
Your body's got a feeling that it's starting to rust
You'd better rev it up and put it to use

And I don't know how I ever thought that I could make it all alone
When you only make it better
And it better be tonight

I'll be there for you tonight

Even if you don't have anywhere to go
You go down on the pedal and you're ready to roll
And your speed
Is all you'll ever need
All you'll ever need to know
Darlin', Darlin'-

You and me we're goin' nowhere slowly
And we've gotta get away from the past
There's nothin' wrong with goin' nowhere, baby
But we should be goin' nowhere fast

It's so much better goin' nowhere fast

Ah...

Stalkin' in the shadows by the light of the moon
It's like a prison and the night is a cell
Goin' anywhere has gotta be heaven tonight
'Cause stayin' here has gotta be hell
Dyin' in the city like a fire on the water
Let's go runnin' on the back of the wind
There's gotta be some action on the face of the earth
And I've gotta see your face once again

And I don't know where I ever got the bright idea that I was cool
So alone and independent
But I'm depending on you now
And you'll always be the only thing that I just can't be without
And I'm out for you tonight
I'm comin' out for you tonight

Even if you don't have anywhere to go
You go down on the pedal and you're ready to roll (ready to roll)
And your speed
Is all you'll ever need
All you'll ever need to know
Darlin', Darlin'-

You and me we're goin' nowhere slowly
And we've gotta get away from the past
There's nothin' wrong with goin' nowhere, baby
But we should be goin' nowhere fast

Everybody's goin' nowhere slowly
They're only fighting for the chance to be last
There's nothin' wrong with goin' nowhere, baby
But we should be goin' nowhere fast

Godspeed
Godspeed
Godspeed
Speed us away!

Godspeed
Godspeed
Godspeed
Speed us away!

Godspeed
Godspeed
Godspeed
Speed us away!

(We're goin' nowhere fast!)

(Ah...)

The Life Aquatic With Steve Zissou

Já tinha o album "The Life Aquatic Studio Sessions" de Seu Jorge.
Esta noite vi o filme.
Um filme de humor subtil, mas muito ao meu gosto, pela imaginação que está por detrás da história e pela realização (de Wes Anderson). Com um elenco composto por Bill Murray, Owen Wilson, Cate Blanchett, Anjelica Huston, Williem Dafoe, Jeff Goldblum e Seu Jorge, este é um bom filme de entertenimento. Gostei e aconselho.
Desta vez, apesar de disponível, optei por não colocar o trailer. Deixo antes aqui um excerto do filme com esta fantástica música dos não menos fantásticos Sigur Rós.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Protagonismo II

O carácter do Rui Costa, toda a sua postura ao longo da carreira, o seu regresso, a sua magia e elegância dentro de campo, e poder vê-lo com a camisola vermelha e o número 10 nas costas vale, para mim, muito mais do que qualquer dinheiro do Sr. Comendador.
Porque o que distancia o "querer ser" do "ser" não é o dinheiro, mas o carácter.

Quanto à declaração que Joe Berardo fez sobre o Rui Costa («se queria ajudar o Benfica tinha vindo com 25 anos»), gostava de lhe perguntar:

E O SR., ONDE ESTAVA NESSA ALTURA, QUANDO O BENFICA SE AFUNDOU?

Amanhã no Pavilhão Multiusos de Espinho...

... procurem-me!

Amanhã no Pavilhão Multiusos de Espinho...

... lá estarei...



A última aquisição músical






Onde encontramos versões de músicas de Serge Gainsbourg interpretadas em inglês por algumas das melhores bandas da actualidade como este Un jour comme un autre (sous titre de « Anna ») (Requiem for Anna), pelos Portishead



Ou esta versão interpretada por Cat Power e Karen Elson para Je t'aime moi non plus (I love you (me either))



Espero que seja do agrado de todos (os poucos) que por aqui passam.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Um olhar sobre a baixa

São praticamente sete da tarde. Caminho pela baixa da cidade, percorro várias ruas. Entre a Praça da Batalha, 31 de Janeiro, Sá da Bandeira, Fernandes Tomás, Santa Catarina e Paços Manuel. Observo um grupo de homens que, encostados à vedação, assistem às obras de instalação de carris - talvez para o metro, talvez para o eléctrico, não sei. Observo as pessoas que passam. A maioria terminou o dia de trabalho ou de aulas - algumas ainda irão trabalhar - quase todos em passos apressados, fogem dos gritos da solidão, procuram apanhar rapidamente o transporte que os vai conduzir ao conforto do lar, das famílias, dos afazeres domésticos. A maioria das lojas fecha às sete, apenas as que pertencem às grandes cadeias internacionais se mantêm abertas.




Ao contrário das grandes cidades, esta não convive com o fenómeno cosmopolita, não se sentem as raças, nem as cores, nem as religiões. É fácil identificar quem é dali e quem é de fora. Apenas se conseguem diferenciar estilos, do mais clássico ao gótico, como este casal com o qual acabo de me cruzar. Á porta de um restaurante um grupo de turistas conversa com um funcionário. Querem saber o que se come naquele espaço. O funcionário, numa farda clássica de calça preta, camisa branca, gravata e colete pretos, vai tentando explicar que têm peixe fresco, como a dourada, ou então, o bacalhau e os filetes de pescada. Os turistas parecem entender.




Numa cumplicidade ainda de outros tempos, dos tempos em que a cidade começava e acabava ali, os cafés e confeitarias, tal como o comércio tradicional, preparam-se para encerrar. Poucos são os que ficam abertos à noite, como o Magestic, que continua ali, belo e elegante, a desejar as boas vindas a quem chega e a agradecer a quem já vai.
Os passeios, as ruas e os estacionamentos ficam agora vazios, à espera do dia seguinte, quando tudo recomeçar logo pela manhã, no regresso dos que agora partiram, na rotina dos dias sempre iguais, com a excepção do Domingo que, por ali, ainda continua a ser dia do descanso.
Vou p'ra casa.

A música e o fim do fim-de-semana

A banda sonora que me acompanhou neste fim-de-semana chuvoso de Janeiro (ai estamos em Junho??? Juro que não sabia!) veio de Espanha, mas cantada em Inglês...


Pequeños Vals - Marlango (Automatic Imperfection)

... E porque ando há muito para colocar aqui esta versão (que considero ter mais força que o próprio original) e o tempo ajuda à depressão!


Por quem não esqueci - Tim (Original Sétima Legião)

Desejo a todos uma boa semana e, como diriam os próprios Marlango, Enjoy the Ride

domingo, 17 de junho de 2007

Protagonismo

Na minha opinião é isto que Joe Berardo tem andado à procura.
Se dinheiro é coisa que não lhe falta, o que procuraria uma pessoa assim, poder? Sim, também, mas acima de tudo é o protagonismo que o move. Se não, vejamos. No mundo dos vinhos - que eu conheço digamos que... bem - Joe Berardo tem participações minoritárias na Quinta do Carmo, juntamente com os conceituados Domaines Barons de Rothschild (Lafite) e na Sogrape da família Guedes. Por outro lado, é maioritário desde há alguns anos na antiga J.P. Vinhos, hoje Bacalhoa Vinhos e recentemente, é também maioritário nas Caves Aliança. Portanto, no sector dos vinhos, o Comendador tem, de uma forma geral, uma posição de destaque, mas não tem poder no seio do sector - poderá ainda vir a ter, mas não tem.
Na moda, ajudou a estilista Fátima Lopes a lançar-se e, ao que parece, é seu sócio. Investiu, mas manteve-se sempre na sombra, sem protagonismo.
Na arte, tem um papel de destaque e, desde a questão da sua colecção de arte moderna versus CCB/Governo, tem poder e protagonismo, mas como a arte em Portugal tem um papel secundário, é um protagonismo absolutamente relativizado.
Daí que, nos últimos tempos, tenha sido através da famosa assembleia geral de accionistas da PT e, mais recentemente do BCP, que Joe Berardo tenha passado para as capas dos jornais e revistas.
Como ainda não era suficiente, Berardo aparece agora associado à maior instituição Portuguesa - o S. L. Benfica. Conseguiu, através de uma OPA às acções do tipo "B" (parece que são as de menor valor e que só representam 30% do valor da SLB SAD em bolsa). Pelo dinheiro? Não me parece. Pelo protagonismo. Aquele que ele quer ter e que doutra forma nunca conseguiu.
Apareceu em todos os canais de televisão, em horário nobre, na abertura dos jornais. Com dificuldades de expressão, falou, falou e disse... nada. Pelo menos nada de interessante, nem mesmo para os Benfiquista. Talvez venha a fazer muito pelo Benfica - enquanto benfiquista, espero mesmo que sim - mas vai sempre fazer mais, muito mais, por ele.
O dinheiro trouxe-lhe mais e mais dinheiro, mais influência, mais poder, e, agora, também o protagonismo que lhe faltava, mas nunca lhe vai trazer o "berço" que lhe falta.
É este o país que temos porque é este o país que merecemos.

sábado, 16 de junho de 2007

To be or not to be... gay - O REGRESSO

Embora tenha alguns posts para editar e publicar, este passou a ser absolutamente prioritário.
A quem por aqui passa com alguma regularidade, seguramente se lembram do título deste post.
Ontem, quando fui ver o e-mail associado a este blog tinha lá um comentário sobre o referido. Como o autor não se identificou, decidi carinhosamente tratá-lo por Gaynónimo.
Porque sou muito dado e não sei guardar o que é bom só para mim, partilho esta pérola com os queridos clientes deste tasco. Aqui fica (nem sequer corrigi os erros e gralhas):

«lol, vc tem uma doença psicosocial, os corpos sao diferentes, a finalidade é amm, dar prazer, e isso td a gente tem quer com um ou outro. os gays nao kerem ser mulheres, eu sou gay. simplesmente vc gosta de meloa e eu de banana, qual é o drama? tds a gente é tutifruti


Meu caro Gaynónimo,
O texto que escrevi era apenas uma tentativa de, num registo descontraido e divertido, brincar com uma situação e não com as opções de cada um. Aliás, a minha pretenção era a de elogiar e valorizar as mulheres enquanto seres que admiro e venero.
Não tenho nenhuma doença psicossocial, nem sou homofóbico. Aceito as opções de cada um e frequento espaços onde todos convivem harmoniosamente, e, desde que ninguém ultrapasse a distância social, tudo muito bem - é claro que, comigo, as mulheres estão sempre à vontade para ultrapassarem essa distância social!

Quanto a dar prazer, eu esforço-me por o dar - o prazer, entenda-se - às mulheres, os outros dão-no a quem quiserem, desde que seja uma opção livremente assumida.

No que toca ao pomar, por muito que goste de fruta, a analogia entre a mulher e a meloa não me parece que tenha sido feliz. Quando falamos de mulheres, se quisermos falar de fruta então a expressão que melhor se aplica é que as mulheres "são outra fruta"!

Para mim são resultado de fruta transformada em vinho. Senão, vejamos: Têm aroma intensos, são suaves e elegantes e na boca são doces e com um final longo e persistente. E para não ser deselegante, nem vou referir que se conservam melhor na horizontal e com pouca luz, nem vou dizer que é preciso abri-las e dexar respirar para sentir melhor os aromas.

Toda a gente ser "tutifruti" também me parece dúbio. Nem toda a gente é fruta. É verdade que os há que são morangos (com açucar), os que são adstringentes como os diospiros antes de amadurecer - quem nunca provou? - e também conheço os que são mesmo bananas! Há ainda os maçãs-podres, que são aqueles que fazem apodrecer toda a fruta que se encosta a si. Mas há muita gente que não pode ser fruta, porque são marisco, fresco e a saber a mar, ou carne tenra e suculenta, e ainda os que, como eu, são fibra (ok! ok! estava a brincar! Não quero dar uma imagem daquilo que não sou.).

Por isso, meu caro Gaynónimo, fruta que é fruta não se quer do pacote.



Agora vou dormir porque deitei-me tarde e levantei-me cedo para ir à festa do infantário do meu afilhado (digam lá que eu não sou um padrinho exemplar?) e hoje a noite avizinha-se novamente longa, para mal dos meus pecados. Pode ser que não! Pode ser que a malta não esteja em estado de poder sair hoje e, assim, deixarem-me sossegado!

Próximos textos: Um olhar sobre a baixa e Protagonismo (não obrigatoriamente por esta ordem)

Ser Racional

Ás vezes gostava de sair deste registo racional, e tornar-me um ser emocional, mas quando penso nos erros que poderia cometer, concluo que é melhor assim.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Dúvida (sobre o post anterior)


Fica mal escrever num texto de blog o termo "muito boa"?
Aceitam-se sugestões e opções.

Ortopedista


Radiografia de um joelho normal

Soube hoje que a rótula do meu joelho esquerdo é bipartida, ou seja, não tenho uma rótula, mas sim duas metades. É congénito e não tem mal nenhum, pelo menos foi o que o médico disse.
Também soube hoje que a minha coluna vertebral está impecável, ou não fosse eu um jovem.
Na verdade, o que me chateia, é que o médico ainda não tenha descoberto o que me faz ter estas dores no joelho esquerdo.
Só lhe dou mais uma oportunidade. Volto lá daqui a um mês, mas só volto porque a recepcionista é muito gira, muito simpática e... muito boa! E tem uma voz muito interessante!
Decidi, por isso, que se da próxima vez o médico não descobrir o que se passa com o meu joelho, rapto-lhe a recepcionista.
Enquanto estive à espera - e que espera! - fui deitando um olho ao futebol e outro à recepcionista! Como o futebol estava a ser uma miséria, ao intervalo esqueci o futebol e deitei os dois olhos à recepcionista.
Lá ia eu ouvindo os comentários do futebol e olhando para a recepcionista, quando o comentador refere que estaria a faltar fantasia a Portugal. Ora, naquele momento, eu até poderia ser útil à nossa querida selecção de esperanças, pois de tanto olhar para a recepcionista, fantasia era coisa que já não faltava na minha cabeça.
Ficamos então assim, ou lhe agradeço por me curar o joelho, ou lhe agradeço a recepcionista. O Shô Doutor é que escolhe.

Next Lifetime


Erikah Badu

Baduizm 1997

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Mundos Mudos

É só p'ra dizer que gosto mesmo desta música!

segunda-feira, 11 de junho de 2007

domingo, 10 de junho de 2007

Enquanto decorria o Alive...

... no Porto decorria o Festival Mestiço - no parque de estacionamento da Casa da Música!


Com Chambao a abrir, num concerto prejudicado pelos problemas acústicos do parque de estacionamento, mas, ainda assim, a servir de warm up para o que viria a seguir...



...com Fernanda Abreu, um poço de energia, a trazer até nós um repertório de canções que recordam os seus vinte e cinco anos de carreira - quem diria! - pondo-nos a saltar durante uma hora e meia. Ao meu lado, os músicos de Chambao aproveitaram, também eles, para levantar o pé, animadíssimos.



De Chambao já conhecia quase tudo, não me surpreendeu, mas também não me desiludiu, tirando o som, fraco, foi um concerto expectável.
De Fernanda Abreu, incrivelmente, não conhecia quase nada, nem mesmo a sua fisionomia - muito a meu gosto, confesso. Surpreendeu-me muito, pela energia, pela música e pelo à vontade na interacção com o público. E nós, correspondemos, sempre.
Hoje vou passar pela Fnac para procurar o novo album dela - é a forma que encontrei para me redimir por este meu desconhecimento.
Agradeço à M. o convite e a companhia numa noite aquecida pelo ritmo da música.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Três meses depois...

Faz hoje três meses que me mudei para aqui.
Nestes três meses coloquei aqui cento e quarenta e cinco posts.
Ao consultar o sitemeter e descobri que tinha acabado de ser visitado pela duomilésima vez.
Quando abri este tasco, nunca pensei vir a ter tanta clientela! Bem sei que existem muitos outros tascos que conseguem mais visitas por dia do este em três meses, mas para mim é uma satisfação, dado o conteudo do meu tasco.
Começo por agradecer, a quem cá passa, tamanha generosidade para com o Mike e peço desculpa por tamanha miséria que encontram aqui. Ainda que não perceba o que vos trás cá, prometo melhorar, seja lá como for.
Vou-me esforçar por, nos breves e preciosos segundos da vossa vida que ocupam a visitar-me, proporcionar-vos melhores momentos.
Por fim, convido todos (poucos mas bons) a participarem, com comentários e sugestões. Tentarei sempre estar à altura.
OBRIGADO.

Este nó que nos une



Entre uma qualquer esplanada na foz e um passeio pelo parque da cidade, conversamos sobre muitas coisas.
Eu, prestes a completar trinta anos, ele, cento e vinte dias mais velho. Conhecemo-nos - nenhum de nós sabe precisar - algures entre os três e os cinco anos de idade. Estudamos juntos até ao oitavo ano, sempre bons alunos, ele melhor do que eu. Ele tinha um talento revelado desde cedo, eu, nem por isso - pelo menos até à data nunca foi descoberto. Ele faz o que gosta. Eu gosto do que faço. Ambos somos bons no que fazemos. Eu já tive a oportunidade de o demonstrar, ele ainda não.
A vida tem-me sorrido muito mais a mim do que a ele, mas ele não desiste e luta. Admiro-o muito, pela paixão com que fala das coisas que sabe e que gosta, mas que ainda não conseguiu demonstrar. Eu ouço-o. Ainda que muitas vezes não perceba o que diz, ouço-o. No fim, aprendo sempre algo novo, diferente.
Mas o que fica é sempre igual. Uma amizade que dura enquanto nós durarmos. É assim que se vê a força de um nó.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Força maior

Depois de três horas de sono lá me levantei.
Nada em mim parecia querer funcionar. Resisti. Arranjei-me mais rápido do que é habitual e saí.
Á hora certa cheguei ao local marcado. Não estava ninguém. Ao contrário do que é habitual, fui o primeiro a chegar. Então, comecei a contar os minutos pensando que cada um desses minutos poderiam ter sido mais um minuto de sono profundo. Ao fim de cerca de cinco minutos chegou o primeiro colega, vinte minutos depois, outro e, por fim, já com meia hora de atraso, o último. Pensei como me teria sabido bem essa meia hora. Julgo que daria até para um episódio de um qualquer sonho meu. Seguimos viagem.
Cerca de trezentos quilómetros depois, feitos a um ritmo bastante elevado, lá chegamos. O que fomos lá fazer? Efectivamente, poderia responder «nada». Mas senti que não foi verdade. Sentimos que nestes casos, a presença é importante. Porque dizemos «agora que precisas, nós estamos aqui. Perdeste hoje uma parte de ti, mas nós estamos aqui, para te confortarmos, para te darmos força enquanto sofres.»
E regressamos.
É nestas alturas que me lembro que há coisas mais importantes para fazer na hora do trabalho.
O trabalho fica para depois, quando tudo regressar ao normal.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Sonhos perdidos

Quando acordou percebeu que alguma coisa iria acontecer. Uma estranha sensação apoderava-se dele, nunca se tinha sentido assim. Num ritual sempre igual, arranjou-se e saiu de casa.
Durante todo aquele dia de trabalho, tentou recordar-se do sonho que tivera nessa noite. Sabia que a sensação que tinha poderia advir daí, do sonho.
No final da tarde desceu a avenida em direcção ao mar, entrou no café e dirigiu-se ao balcão. Pediu um café e acendeu um cigarro. Pagou e dirigiu-se à porta.
Ao sair, cruzou-se com ela. Estava mais bonita do que nunca! Cumprimentou-a, com uma voz que não era a sua, estrangulada. Um aperto no peito impedia-o de falar. Como em tantas outras vezes percebeu que nunca lho poderia dizer.
Despediu-se e seguiu o seu caminho e, naquele instante, recordou-se do sonho.
Tal como acontecera no sonho, percebeu como o deveria ter feito. Era simples. Bastava dizer «Gosto de ti». Sempre gostou.
Existem momentos certos para tudo e este já tinha passado, há muito.

Dia 2 Julho Sai o novo album de Jorge Palma

Ouvi hoje na RUM

Agora fico à espera do album completo.

Encosta-te a mim
Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos
encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar
encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos
não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar.

Chegado da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver
em nome da terra, no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem, não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói, não quero adormecer.

Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.

Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes
vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal
recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.

Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.

Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.

Jorge Palma, in Voo Nocturno

Outros rituais


Todos os fins-de-semana o ritual repete-se.
Embalado pelo tranquilo movimento da sua cadeira de baloiço, ali, no meio da sala, ele aguarda a hora chegar.
Enquanto ouve a sua música, contempla os seus discos de vinil, os cd's, as cassetes de vídeo, os dvd's e os livros, que de uma forma desalinhada, ocupam todas aquelas estantes de madeira escura e gasta pelo tempo.
A música não é a sua única companhia. Ao fundo avista-se um relógio de parede, proeminente, do tempo dos seus avós, que no doce balançar do pêndulo, o vai avisando que a hora está a chegar.
Bate uma vez. É uma hora da manhã. É a hora.
Ergue-se da cadeira, dirige-se ao leitor de cd's, empurra o botão com o indicador, a gaveta abre, ele guarda o cd na caixa e coloca-o na estante. A seguir desliga o leitor e encaminha-se para a porta, não sem antes pegar no casaco comprido de pele, preto, que se encontra no cabide. Por fim, confirma se tem tudo com ele, a chave, o tabaco, o dinheiro.
Tem carro, mas prefere ir a pé - a noite está agradável.
Em passo largo, sempre com a mesma cadência, demora vinte minutos a lá chegar.
Quando entra no bar, encontra alguns seus conhecidos logo ali, na primeira mesa. São quatro, ele cumprimenta-os mas não se junta a eles. Segue até ao balcão.
O empregado cumprimenta-o,
- Então o que vai ser?
- Um Sumol de laranja.
- Só temos Frisumo - ele já o sabia
- Pode ser...

segunda-feira, 4 de junho de 2007

7) Acertar

Como ser humano que sou, tenho a tendência para acertar muitas vezes... no erro!

6) Decisões

É-me muito confortável saber que no momento da decisão existe 50% de probabilidade de errar.

5) Memória

Há coisas de que me deveria lembrar, mas nunca me lembro e outras de que me deveria esquecer, mas nunca me esqueço.

4) Presente

Se o meu presente não me agrada, não me preocupo. Amanhã já é passado!

3) Destino

Se o destino está traçado, resta saber se, não adianta lutar ou, pelo contrário, só adianta lutar?

2) Ironia

Não sabemos quando chegará esse final!

1) Conformismo

Só saberemos se fomos felizes no final, quando olharmos para trás!

domingo, 3 de junho de 2007


Chambao - Mejor me quedo aquí



Dia 09 de Junho aqui: