quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Acontece

Já aconteceu.
Ter a companhia certa no momento errado. Ter a companhia errada no momento certo. Ter a companhia errada no momento errado.
Ir jantar com a companhia certa e escolher o restaurante errado. Ir ao restaurante certo com a companhia errada. Ir ao restaurante certo com a companhia certa e saber que ela está a pensar no homem certo, que não és tu.
A minha frieza e racionalidade faz-me aceitar tudo isto e relativizar.
Escolho a companhia que entendo certa, escolho o restaurante de acordo com a companhia e o meu (bom?) gosto.
Mediante a escolha do restaurante - e como isto é verdade!... - ela poderá pensar que é a tal. Eu posso pensar que não, mas não lhe digo - sou simpático. Ela não sabe, mas acabará por saber.
Depois, chega o dia em que se escolhe "A Companhia", "O Restaurante", e, no entanto, a certa altura sabemos o que ela está a pensar, e sabemos que não somos nós.
Aceito e relativizo. Eu não tenho que ser o tal, tu não tens que ser a tal, ele não é o tal e ela também não. Por isso, como em tudo, há que aproveitar o melhor.
As melhores vistas, o melhor ambiente, a melhor comida, a melhor conversa, o melhor vinho. Tudo o resto? É absolutamente relativo. Não sou o tal, mas bem que poderia ser, não és a tal, mas bem que poderias ser, não penso em ti, mas tu não sabes, não pensas em mim, eu sei!
Acontece, não acontece?

5 comentários:

Menina da Lua disse...

Mike: E como ficarias, se o restaurante nem fosse o tal, ela também não estava nos planos ser, e depois de um vinho e paisagem agradavéis, se sentisse que havia chegado o tal momento, ainda que sem contar?! E não me venhas dizer que não pode acontecer... :)

Beijo meu

Mike disse...

Menina da Lua,

Pode acontecer, claro, ainda por mais se mete vinho à mistura.
Claro que se se viesse a revelar uma boa situação, o que eu sentia era que deveria ir comprar mais garrafas daquele vinho!
Penso que te respondi.

Bjos.

Leonor disse...

Li isto tudo e uns quantos mais abaixo e achei que te conhecia...
Ou então tudo o que escreves podia ser meu, não sei.
Adorei, identifiquei-me e vi-me reflectida nas tuas palavras ...
Para evitar essa queda e falta de vontade, aprendi a viver depressa, muito depressa para nunca me obrigar a parar. Quando o faço ... é a desgraça!
Um beijo

Anónimo disse...

Desculpe mas as palavras, tais como os actos, não devem ser ocas nem vazias. E muito menos quema as profere.
Penso que, realmente, deve organizar uma soma de pensamentos... mas utilizando, tal como Hercule Poirot dizia, as celulazinhas cinzentas.
Cumprimentos

cacau disse...

acontece, acontece. e quando acontece é uma...