domingo, 28 de outubro de 2007

Telegrama

Afinal não fui ao Trintaeum. Como a I. estava cá, aproveitamos para jantar juntos. Depois de agradáveis horas de conversa antes e durante o jantar, seguiu-se uma viagem de carro pelo Porto, para que ela pudesse apreciar a cidade à noite.

Esqueci-me de acertar os relógios. Esqueci-me, até, que a hora iria mudar. Acordei sem me lembrar disso. Mal liguei a televisão na SIC Notícias, reparei finalmente nesse pormenor. Odeio esta mudança de hora. Odeio a hora de inverno.

Parece que o meu segundo sobrinho/herdeiro está com pressa de nascer. Era previsto ser daqui por mais quinze dias, no entanto, a minha irmã já deu entrada no hospital esta madrugada. Deverá nascer entre hoje e amanhã.

Estava previsto que, na próxima Quarta-feira, fossemos para Londres - eu, o G. e o N.. Os bilhetes estão comprados há muito. O N., entretanto, por motivos profissionais, já nos tinha dado a notícia de que, infelizmente, não poderia ir. Agora, o G. está bastante doente. Como o que nos preocupa a todos é ver o G. novamente saudável e completamente recuperado, deixaremos a viagem para quando tudo voltar ao normal e conseguirmos agendar novas datas, novamente os três.



Madredeus - Oxalá

sábado, 27 de outubro de 2007

Who Made Who

O flyer apresentava um programa que começaria às 23h, com um Dj set do "The legendary tiger man" Paulo Furtado. Seguia-se então o concerto dos Who Made Who e por fim viriam os Dj's Phillips & Justamine e Gustavo. No bilhete não constava o horário. Curiosamente, comprei o bilhete quinze minutos depois da meia-noite e as portas ainda estavam fechadas!
Eram 03.05h da madrugada quando o concerto dos Who Made Who começou! Depois do Dj set do PF de quase uma hora e meia, para mim já em absoluto desespero e falta de paciência - não só não foi grande coisa, como ainda se tornou longo para quem esperava pelos WMW.
Neste tempo de espera, valeram as conversas do P. que, ao seu melhor estilo, transforma a mais banal das conversas na mais animada e divertida.
O concerto foi animado, muito positivo, muito interactivo e com muita empatia público-palco e palco-público. Claro que na sequência do rol de situações anormais desta noite, os WMW deram por terminado o concerto ao fim de 50 minutos! Sem encore. Acredito que não tenham, ainda, material para mais, mas podiam sempre ter esticado, repetido e insistido nos mesmos temas. Afinal se o público estava a gostar, há que dar um pouco mais, ou não?



Who Made Who - Space for rent

Para hoje, talvez uma ida até ao Trintaeum (31), e esperar que Boozoo Bajou corra melhor, ou então descobrir um programa melhor para fazer. Aceito sugestões!

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Afagos da alma

Era a primeira vez que ele via uma Joaninha, verdadeira. Não tão grande como ele as imaginava, não tão colorida como ele via nos livros, mas verdadeira, mais verdadeira e ainda por mais ali dentro de sua casa.
A avó apanhou-a e entregou-lha:
- Vá lá, toma conta dela.
Ele fascinado, mostrava-a a toda a gente:
- Olha uma Joaninha! Olha a minha Joaninha! - Tanta emoção!
Decide então ir brincar com a Joaninha. Pousa-a numa cadeira e, de cócoras, fica a olhar para ela. A Joaninha, provavelmente assustada, está imóvel. Com um dedo, tenta empurrá-la, espera que com isso ela comece a andar. Ela continua imóvel.
Junto a ele vou observando. Ele insiste:
- Ela não se mexe! Anda Joaninha! Anda Joaninha! - enquanto a empurra com um dedo.
Aproximo-me mais e tento explicar-lhe:
- Tu não vês que ela é muito pequenina e tu és muito grande e ela assusta-se e não anda?
Ele empurra-me:
- Então sai daqui - como que dizendo que se ele é grande para a Joaninha eu sou ainda maior e, por isso, não é dele que ela tem medo, mas de mim! Eu sorrio e afasto-me por instantes.
Volto a aproximar-me e sopro levemente para a Joaninha. Ela mexe-se! Então ele segue o meu exemplo e, em vez de a empurrar com um dedo, começa a soprar-lhe, levemente, e a Joaninha, reagindo, começa a caminhar.
- Já caminha! Ela já caminha!
Decide meter a Joaninha numa caixinha aberta para ela não fugir e pede à mamã que tome conta dela enquanto vai brincar. A mamã fica responsável pela Joaninha de estimação. E guarda-a até ele voltar.
Chegada a hora de almoço, ele vem para a mesa com a sua nova companheira. Enquanto vai lavar as mãos ela levanta voo. Ele volta e já não a vê. Não faz mal, ela voou porque foi à vida dela. Ele não se mostra perturbado com a fuga da sua nova companheira. Afinal, não é todos os dias que se tem a visita de uma Joaninha, mas ele sabia que ela só o tinha vindo visitar e depois teria que voltar para o lugar dela. O Lugar dela é junto à mamã, tal como o dele é junto da sua.
Passou-se assim, no Domingo, ao almoço.
Há lá coisa melhor para afagar a alma do que assitir a isto?!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

No que depender de nós

É assim que somos.
Aproveitamos toda e qualquer desculpa como certeza de que amanhã se não estivermos iguais estaremos pior nos nossos mundos, nas nossas vidas. É assim, porque é mais fácil.
Somos capazes de mais, de bem melhor, mas agarramo-nos ao passado, ao presente, mas nunca ao futuro, agarramo-nos às desculpas fáceis para justificar as nossas fragilidades. Agarramo-nos ao que não temos, ao que nunca tivemos, e desejamos o que gostariamos de ter, de fazer ou de ser, mas não damos um único passo nesse sentido.
Gostamos de ser seres comodistas, apenas capazes de nos movermos numa banda de conforto, que criamos ou nos criaram, e tudo o que seja saltar fora dessa banda é arriscar no incerto. Preferimos não o fazer.
Temos a capacidade dentro de nós, mas não a libertamos, não nos servimos dela, não evoluimos.
Enquanto houver quem nos alimente os medos, ficaremos por aí, onde sempre estivemos.
Somos críticos em relação aos outros e benevolentemente compreensivos connosco próprios. Entendemos as desculpas dos outros como desculpas, e as nossas como válidas certezas de que tem mesmo de ser assim porque.

Não somos nada disto. Somos melhores. Enchemo-nos de esperanças e expectativas. Programamos o futuro, passo a passo, estabelecemos metas e procuramos atingi-las. Procuramos o contacto certo, no momento certo. Procuramos as pessoas e esperamos que nos procurem a nós, que nos considerem válidos e úteis. Gostamos que contem connosco.
Somos felizes com o que temos porque limitamo-nos a não pedir demais. Somos felizes porque nos damos por satisfeitos com o que a vida nos vai dando. E temos sorte. Vivemos bem porque temos sorte.

Somos ainda melhores. Puxamos pelos outros e arriscamos, corremos atrás. Não nos agarramos àquilo que temos, somos insatisfeitos e procuramos ter ainda mais. Não procuramos o sucesso pelo sucesso, como recompensa. Procuramos o sucesso pela satisfação de vermos atingidos os nossos intentos. Não procuramos ser felizes porque já o somos, não com o que temos mas com o que fazemos, com as metas que alcançamos, com os desafios que nos colocamos. Consideramos que a nossa vida está repleta de tudo o que entendemos ser o que antes procuravamos. Somos insatisfeitos. Olhamos em frente e partimos para o estágio seguinte. Não nos deixamos acomodar com o que temos. Olhamos para trás mas não ficamos lá. Vamos aprendendo com o que deixamos para trás e utilizamos essa aprendizagem para alcançar o que está para vir.

Qual deles somos nós?

sábado, 20 de outubro de 2007

Só mais uma coisinha...

... É que acabo de ver esta mulher na televisão.



E é de mim, ou esta mulher é mesmo muito bonita?? Bem que me parecia isso!

Recuperado

Após uma semana intensa de trabalho que exigiu de mim um esforço extra - quase o meu limite - fechou-se um ciclo.
Ainda com muita coisa para fazer, tenho agora mais capacidade de me focar numa tarefa que fui deixando rolar, até ontem, por falta de tempo. É assim a minha vida profissional, muito importante para mim, ocupando a maior parte do meu tempo. Eu gosto, mas reconheço que não é esta a vida que quero no futuro. Para já só tenho mesmo que a querer assim, virada para o trabalho.
Agora que já recuperei, vou fazer coisas que gosto, vou sair para aproveitar este Sol de Outono?! Ou será que o Verão está a chegar?

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Simples & Natural

Chamemos-lhe assim.
Hoje, na empresa, havia uma mulher que estava absolutamente fantástica. O que é que isto interessa? Aparentemente, nada.
Digo aparentemente, porque serve de exemplo a todas as mulheres. A prova de que ela estava absolutamente fantástica foi que não só os homens a elogiaram, como as mulheres também o fizeram, o que, convenhamos, é acontecimento raro. O motivo de tantos elogios… umas calças de ganga e uma camisola branca (também trazia um mini casaco de cor turquesa).
Isto prova que a beleza natural das pessoas é tão mais valorizada quando se apresenta de forma simples e natural. Ela, como outras mulheres, anda sempre bem arranjada – muito bem arranjada – e elegante. Mas hoje o que sobressaía era a sua linha esguia, a sua elegância natural e a sua sensualidade.
Quando existem mulheres assim, vale a pena ser homem, vale a pena apreciar, naturalmente…


domingo, 14 de outubro de 2007

Sensibilidade (ou o que de melhor eu tenho)

Ultimamente tenho andado sensível.
Quando isso acontece refugio-me em mim, em casa, no meu espaço. Não há propriamente um motivo para este meu estado, mas a verdade é que tudo me afecta, me deixa menos bem disposto. Com menos para dar aos outros.
Hoje de manhã, depois de acordar percebi que tinha duas alternativas - ficar em casa, na sorna, ou ir almoçar a casa dos meus pais, em famíla. Rapidamente tomei a decisão. Peguei no telefone e liguei para a minha mãe. Atendeu-me a minha irmã. A chamada resumiu-se a duas frases: «Diz à mãe que vou aí almoçar» e em resposta, «fazes bem, anda daí». E fui.
Ando mais sensível, logo ando mais carente. Quando assim é, é na família que procuro o afecto, o carinho, ou "aquela" palavra.
Assim que cheguei a casa, estacionei e desde logo vi aquele menino pequenino, à janela, a acenar-me. O meu menino esperava o padrinho chegar. Saí do carro e dirigi-me a casa. Ele já vinha a descer as escadas, ao encontro do «meu padrinho» como ele diz.
Peguei nele ao colo, abraçou-me, com força - muita força, a dele - e logo aí confirmei que vale a pena. Vale a pena correr até à família, porque neles há sempre o nosso espaço, um colorir da alma que não se encontra em mais lado nenhum. Ao almoço troquei de lugar com a minha mãe, o pequenino assim o exigiu, queria o padrinho a almoçar ao lado dele e no fim as brincadeiras, a dois, segundo as regras dele. Depois, alguns momentos para uma conversa com o meu pai, e outra com a mãe antes do regresso e a certeza de que tudo está bem.
Naquelas duas ou três horas em família consegue-se recuperar toda a força anímica que o quotidiano nos vai roubando.
É na família que encontro a verdadeira expressão do amor, incondicional, de quem está sempre à nossa espera, de quem tem sempre tempo para nós.
São estes pequenos-grandes momentos que fazem de mim uma pessoa melhor, com mais para dar.

sábado, 13 de outubro de 2007

A Esperança de ser feliz (ou alguém à nossa volta)


Blur Universal

Depois de ter perdido o texto que ontem aqui deixei, tento agora repô-lo.
É certo que não conseguirei escrever exactamento o mesmo texto, mas a base da ideia é a mesma.

Ouvi ontem na Antena3 uma notícia em que o presidente da Associação Portuguesa de Psicologia (não tenho a certeza se é este o nome da associação, pelo que peço desde já desculpa aos lesados) dizia que 25% da população portuguesa sofre de depressão. Não acredito nem concordo. Mas quem sou eu para discordar? Ninguém, é um facto. Mas tenho a minha opinião sobre o assunto e suporto-a neste texto que li aqui (Júlio Machado Vaz, 27 Agosto 2007). Neste texto, fiquei a saber que num estudo realizado na Universidade de New South Wales, na Austrália, concluiram que muitas vezes se confunde infelicidade com estado depressivo e, de acordo com a BBC, o investigador Gordon Parker refere que a definição de depressão é difusa e, por isso, os médicos muitas vezes tratam estes estados emocionais como se fossem uma doença.

Pois bem. Para mim o que se passa é exactamente isto. As pessoas vivem, de algum modo, infelizes e não em estado depressivo.
E dou este exemplo. Se alguém perder o emprego, a seguir perder a casa e depois a mulher o deixar, ele vai viver um período de infelicidade. Pode até entrar em depressão, aceito isso, mas o mais certo é estar infeliz. Quem não estaria?

Por isso, meus caros clientes deste tasco, o que vos quero transmitir é que nos cabe a nós ser o antídoto, o remédio, o "medicamento" para quem está à nossa volta e se encontra infeliz ou, então, procurar à nossa volta o o antídoto, o remédio para a nossa infelicidade.

É muito simples. Há que manter vidas sociais activas, porque é à nossa volta que se encontra a solução, a um passo, a um olhar de distância, e conviver é o caminho para encontrar. E se, na opinião do médico, um em cada quatro portuguêses vive num estado depressivo, tenho para mim que a probabilidade de sermos o antidoto para a felicidade de alguém ou alguém o ser para nós é de um para quatro, o que claramente se torna numa boa probabilidade de podermos encontrar o caminho para sermos felizes.

É isso mesmo que eu vou fazer, olhar em frente e seguir, na esperança de que à minha volta esteja alguém que me cure, onde eu possa dar a beber a esperança, de forma a que, juntos, possamos seguir o nosso caminho rumo àquilo que todos queremos, que é a nossa felicidade. E vocês, também querem ser felizes?

Prioridade (Boa sorte)

Pela importância do assunto, avanço com este texto e adio a recolocação do texto anterior. É prioritário.

Hoje o V., o primeiro amigo que tive e que se mantém até hoje (já aqui escrevi sobre ele), vai partir para Paris.
Vai partir, não porque quer, mas porque encontrou lá a oportunidade que não encontrava cá. Sai de cá, pela porta pequena, sem que o país de que ele tanto gosta, sem a cidade - do Porto - onde ele adora morar e que ele sente como sua, lhe terem dado a oportunidade que ele merecia. É injusto, é cruel, mas é assim que vivemos hoje.

Enquanto ser egoísta, tenho pena de o ver partir, de já não poder combinar actividades com ele. Enquanto amigo, tenho um enorme orgulho nele e a fé e a esperança de que tudo lhe vai correr bem por lá, de que um dia, quando voltar, voltará em grande, pela porta grande.
Boa sorte amigo!
Foda-se.
Tinha aqui um texto que consegui fazer desaparecer!
Amanhã de manhã, se estiver com disposição, volto a escrevê-lo.
Ultimamente, só faço merda.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Mudar - Olhar em frente (e acreditar)

... Pretty soon you're gonna
get a little older...





... Time may change me
But I can't trace time...

DEPOIS DE TUDO O QUE TENHO OUVIDO, SEI QUE SÓ HÁ UM CAMINHO...

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Lisboa

Pronto. Cá estou eu em Lisboa.
Como era esperado, vou cá ficar até amanhã. Também está confirmado (por mim, claro!) que não me apetecia nada cá ficar hoje. Tinha planos mais giros para hoje, no Porto.
Já que cá estou, há que aproveitar. Vou passar na Fnac do Colombo. Ouvi dizer que tem lá uns cd's que não existem nas Fnac's do grande Porto!

domingo, 7 de outubro de 2007

Alguém quer uma boleia?



Um fim-de-semana prolongado e recheado de noites bem passadas.
Ontem, os amigos, os melhores, aqueles com quem gosto sempre de estar, vieram cá jantar. Entre as amejoas à bolhão pato e a tarte de queijo (comprada no ECI) passaram-se boas horas de conversas, de disparates, de gargalhadas, de comida e, claro, de vinho, muito vinho.
Depois, uma ida ao Plano B fechou a noite, com whisky.
Hoje ressaquei, claro, mas com prazer. Porque nada me dá mais prazer do que a partilha da alegria com os amigos. Esta foi uma noite para celebrar a amizade, as mais recentes e as mais antigas, todas intensas, todas unidas pela força e pelo gozo de podermos estar felizes, juntos, todos, outra vez.


Fechado o fim-de-semana, arranca mais uma semana de trabalho. Esta arranca com uma ida a Lisboa, ainda sem a certeza de se terei de ficar e só voltar na terça. Mas desta vez não tenho vontade nenhuma de lá ficar. Pela primeira vez, desde há algum tempo, apetece-me estar aqui.

Agora vou dormir, porque o fim-de-semana foi dureza! Mas estou feliz!

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Se um dia sonhares comigo

Que seja um sonho feliz.
Nesse sonho quero estar feliz, divertido. Quero fazer-te rir e tomar conta de ti. Quero ver-te sorrir. Se estiveres a cair, quero que saibas que eu vou lá estar, para te amparar, para te segurar nos meus braços, e juntos vamos voar, e rir e ver a cidade iluminada. Vamos estar sentados no alto de uma colina a contemplar o céu, vamos estar sentados na areia molhada a ouvir o mar.
Se um dia sonhares comigo, que eu seja só o melhor que há em mim, aquilo que só vê quem está perto, aquilo que só sabe quem, como tu, me conhece. E se tiveres vontade de chorar, que seja de alegria, que seja porque eu estou ali, contigo, nesse lugar que será só nosso.
E quando acordares quero que te recordes do sonho, quero que te recordes de mim, porque eu não vou estar ao teu lado, mas estive contigo, no sonho, nesse sonho feliz, nesse lugar especial que tu guardaste para mim.
Se um dia sonhares comigo eu vou estar feliz!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Acontece

Já aconteceu.
Ter a companhia certa no momento errado. Ter a companhia errada no momento certo. Ter a companhia errada no momento errado.
Ir jantar com a companhia certa e escolher o restaurante errado. Ir ao restaurante certo com a companhia errada. Ir ao restaurante certo com a companhia certa e saber que ela está a pensar no homem certo, que não és tu.
A minha frieza e racionalidade faz-me aceitar tudo isto e relativizar.
Escolho a companhia que entendo certa, escolho o restaurante de acordo com a companhia e o meu (bom?) gosto.
Mediante a escolha do restaurante - e como isto é verdade!... - ela poderá pensar que é a tal. Eu posso pensar que não, mas não lhe digo - sou simpático. Ela não sabe, mas acabará por saber.
Depois, chega o dia em que se escolhe "A Companhia", "O Restaurante", e, no entanto, a certa altura sabemos o que ela está a pensar, e sabemos que não somos nós.
Aceito e relativizo. Eu não tenho que ser o tal, tu não tens que ser a tal, ele não é o tal e ela também não. Por isso, como em tudo, há que aproveitar o melhor.
As melhores vistas, o melhor ambiente, a melhor comida, a melhor conversa, o melhor vinho. Tudo o resto? É absolutamente relativo. Não sou o tal, mas bem que poderia ser, não és a tal, mas bem que poderias ser, não penso em ti, mas tu não sabes, não pensas em mim, eu sei!
Acontece, não acontece?

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Organizar (uma uma soma de pensamentos de merda)

Falta-me tempo.
Falta-me vontade.
Falta-me força.
Falta-me energia.
Preciso de parar.
Preciso de pôr as ideias no lugar.
Preciso de agilidade. Mental.
Estou cansado, as ideias não surgem.
O tempo corre e eu não o consigo acompanhar.
Descanso, preciso de descanso. Preciso de descansar mais e melhor.
Preciso de acordar cedo, de acordar bem. Mas para isso preciso de me deitar cedo.
Não tenho vontade. Não tenho vontade de nada. Hoje nem vontade de comer. Hoje já só espero por amanhã.
Mas para quê? Amanhã vai ser igual. Não me apetece estar aqui. Nem me apetece estar aqui, sozinho. Mas estou. Poderia não estar, mas não me apeteceu dizer isto a ninguém e, talvez por isso, acabei aqui sozinho.
Acabei mas não no sentido de acabar, não no sentido de fim. Apenas me quedei por aqui, o sentido de prostração por falta de vontade. E tudo se resume a isso, V-O-N-T-A-D-E.
Por falar em vontade, olho para o calendário. Vejo que a semana é mais curta. Por falar em vontade, não sei se quero que o fim da semana chegue rápido ou se preferia que a semana não chegasse ao fim, depressa. Tenho tanto para fazer e tão pouco tempo, e tão pouca vontade.
Só resta uma solução - ORGANIZAR-me. Tenho de me organizar. Ou será que tenho de descansar? Fico na dúvida. Antes na dúvida do que na dívida, do tempo. Não quero dever ao tempo. Quero que o tempo me deva a mim, porque eu nunca quero dever nada a ninguém, nem ao tempo, apesar do tempo não ser alguém, nem ninguém. É tempo, não é gente, não tem forma, não tem rosto. Nem tem ponteiros. Os ponteiros fomos nós que os colocamos lá para contar o tempo, não para ganhar ou perder tempo. Este texto é uma perda de tempo. Aliás, é uma merda. Uma merda que me sai da cabeça para os dedos que batem nas teclas que tremem de forma nervosa - as teclas, não os dedos. Porque eu não tremo, não fico nervoso. Seria uma perda de tempo. O tempo que eu não tenho para perder. Não gosto de perder. Aí sim fico nervoso. Quando perco fico nervoso, mas não tremo, bato nas teclas com mais intensidade, mas não tremo. Hoje treme-me uma pálpebra. Tensão ocular alta, talvez. É cansaço. Sem perder mais tempo, vou descansar.
Amanhã organizo-me. (Se bem que decidir ir descansar é uma forma de organização, de organizar o tempo, ou será de encaixar as tarefas no tempo, em função das prioridades? Não sei. Vou descansar).