segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Desafío

Inicio este texto com grandes reservas face ao resultado que conseguirei alcançar. Como quase todos os textos que escrevo, tentarei fazê-lo em “one shot”, fazendo depois apenas correcções ortográficas ou de sintaxe. Bem sei que “herrar é umano” (ou então é estúpido), mas se há coisa que eu quero é manter uma escrita digna!
Isto tudo porque a Inês, provavelmente influenciada pelos ares Madeirenses, decidiu alargar o desafio a várias pessoas – incluindo-me – o que demonstra uma falta de critério selectivo que lhe desconhecia! Considero, no entanto, que se o desafio foi lançado, o devo aceitar, com prejuízo para quem me lê, incluindo a própria Inês!
Para quem não lê o blog da Inês e não sabe qual é o desafio, passo a explicar.
O desafio consiste em pegar nos títulos dos últimos 10 posts (ora aqui está um estrangeirismo que não gosto mesmo nada de utilizar – acho a palavra “post” inestética) e elaborar um texto onde inclua os mesmos.
Para começar, fui verificar os títulos dos meus últimos 10 (estrangeirismo inestético que não vou repetir). O que é que eu faço com isto? – Pensei, embora no pensamento tenham saído algumas palavras feias que não vou aqui reproduzir. Com títulos como “Do fim-de-semana II” não se torna fácil criar um texto onde isso se encaixe. Pensei em fazer uma análise à linha editorial – ou falta dela – deste blog, mas como isto não é um jornal ou uma revista, não faria qualquer sentido. Pensei também em criar um texto ficcional com um diálogo entre o Zézé Camarinha e uma das suas amigas, o que até seria, mais para mim do que para vocês, um exercício engraçado.
A minha decisão recaiu em pegar nos títulos dos (estrangeirismo inestético que mais uma vez não vou repetir) em questão e criar um texto sobre mim e a minha relação com a música.
Se há coisas sem as quais a minha vida não faria sentido, para além da família ou dos amigos, a música é uma delas. Em casa, após um dia de trabalho, ou no ócio do fim-de-semana, nunca me sinto só, porque na falta do silêncio das palavras ditas, tenho sempre o som de um qualquer álbum de uma qualquer banda, recente ou mais antiga, a fazer-me companhia. Quando descubro bandas novas ou músicas novas, procuro divulgá-las a todos os que por aqui passam. A música deixa-me mais bem disposto, acalma-me e, ou estou completamente errado, ou é um elemento fundamental na vida de cada um, porque marca momentos – quantos e quantos casais não fazem “daquela” música a “sua” música, à qual se vão associar sempre? Por exemplo, no dia de anos da minha mãe pensei: «tenho que encontrar uma música para a minha mãe (que faz hoje anos) como forma de a homenagear». Poderia ter pensado num poema, numa frase, numa imagem, mas a verdade é que sinto que sou mais eu, que tem mais a ver comigo dedicar uma música. E assim foi. Logicamente que não iria para uma música que não fizesse parte do meu universo musical, tipo a “Mãe Querida” do Graciano Saga, que até era mais apropriada, pela letra que é dirigida claramente à mãe.
Através da música consigo também mostrar que a ideia de “There’s no second chance to make a first (good) impression” não se aplica. Dou-vos um exemplo. A primeira vez que ouvi Arcade Fire não gostei. Pode parecer estranho, até porque quem me ofereceu o cd tem muito bom gosto, mas talvez porque não coincidiu com um bom dia para mim, não gostei. Hoje adoro e tenho ambos os álbuns. Percebi que tinha cometido um erro de avaliação, e, ou estou (novamente) errado, ou esta banda vai ser uma banda mítica daqui a alguns anos, porque actualmente, também na música se assiste a bandas descartáveis, que chegam com muita qualidade, que todo o mundo fala deles, mas que quando vão, já ninguém se lembra porque só conseguiram criar uma primeira boa impressão, nada mais.
Como já vai longo o texto sobre a minha relação com a música, e como já não acrescento nada de novo, quero agradecer à Inês o desafio e, já agora, dizer-vos que com a gripe que estou e com o sono que estou, seria pouco provável conseguir melhor do que isto. Para além disso, não me ocorre nenhum título, de maneiras que fica mesmo o mais óbvio.
Agora vou dormir, para ver se recupero.
Até amanha.



1 comentário:

Inês disse...

Acho que te safaste lindamente :)
A minha relação com a música (e com outras coisas na vida) é muito parecida com a tua. Faz parte de nós... É tão simples quanto isso! E isso das primeiras impressões varia bastante... Quando ouço um CD do início ao fim (ou seja, sempre que compro um) há sempre uma ou outra música que me chama logo a atenção e será essa a minha música preferida do CD. Nisso não falho as primeiras impressões... Mas de vez em quando sugerem-me músicas que eu não gosto à primeira e que depois de ouvir várias vezes passam a fazer parte das minhas escolhas... Depende do estado de espírito (que em mim nao varia muito) ;)
As melhoras!