sábado, 26 de janeiro de 2008

Primeiro de três

Exponho-me na medida do razoável.
Aqui só está parte do que eu sou. Nuns dias a parte melhor, noutros a pior, mas nunca o que de facto eu sou.
Gosto de ler os outros. Gosto de ler a vida dos outros, os pensamentos do outros, o quotidiano dos outros. Mas só gosto porque me revejo nos outros, ou porque gostaria de me rever.
Aprendo nos outros. Aprendo porque todos aqui partilham alguma coisa, e em cada partilha enriqueço um bocadinho mais.
Ainda que não se conheçam as caras, ainda que por detrás de uma alcunha exista um ser real, ganhamos afecto, carinho - talvez - e admiração e entramos na vida dos outros. Na maioria das vezes apenas entramos na vida que cada um constrói aqui, para si, para nós.
Existe em cada um de nós várias versões do que somos. Existe o eu social - individual e colectivo - existe o eu familiar, existe o eu profissional, existe o eu "blogosférico" e existe o EU que ninguém sabe que sou, aquele que apenas se revela no espaço que construimos para nós, que se revela ainda mais quando estamos sós. Ainda que estes "eus" isolados acabem por ter denominador comum, muito, mas muito pouca gente os descobre em nós para além da medida em que os damos a conhecer, como os damos a conhecer.
Aqui mais do que pessoas, encontramos fragmentos...

1 comentário:

Inês disse...

Nada mais natural. O que escrevemos nos nossos blogs é apenas aquilo que queremos escrever. E quem nos lê, lê aquilo que quer ler. Não se conhece ninguém apenas através de um blog. Assim como não se conhece ninguém apenas por tomar um café.
As pessoas conhecem-se se viverem juntas vários episódios em vários contextos. Conhecem-se se passarem momentos com a família, com os amigos, em situações de stress, num país diferente, na intimidade... Mas com tudo isso, quantas pessoas podemos dizer que conhecemos realmente?
O melhor é não dar grande importância a isso. Nem nós às vezes nos conhecemos... O importante é gostarmos das poucas coisas que conhecemos nas outras pessoas. Se viermos a descobrir que afinal estávamos errados, paciência.
O que interessa é que as pessoas se dêem bem independentemente de se conhecerem bem ou mal... Digo eu...