domingo, 20 de maio de 2007

Contra qualquer greve!



Vi este cartaz algures por aí!

De imediato, senti um calor a subir-me pelas visceras, um nervosismo crescente, que, como todas as outras vezes, se transformou rapidamente em ódio!

SIM! EU ODEIO OS SINDICATOS, OS DIRIGENTES DOS SINDICATOS E AS GREVES!

Passo a explicar-me! Não sou empresário nem trabalhador independente de qualquer espécie, sou um assalariado como muitos outros assalariados do nosso país, por isso sinto-me à vontade a falar deste tema.

Quando qualquer um de nós, por opção, ou sem alternativa, escolhe - muitas vezes porque é o escolhido - passar a fazer parte de uma qualquer organização empresarial, independentemente do tamanho ou da actividade, as condições de que vai usufruir já são do seu conhecimento! Fruto da necessidade, ou de uma ilusão, essas condições são aceites, sem contestações.

Todos temos o direito de achar que não somos bem remunerados, que as condições físicas e psiquicas em que trabalhamos não são as que merecemos, que os horários não são respeitados, que o patrão/director/chefe/colega é uma besta.

Então, perante tais factos o que devemos fazer, uma greve? Nunca! A sabedoria popular diz-nos que "quem não está bem muda-se"!

Se me considero assim tão bom no que faço, se a minha remuneração não é justa, ou se as condições físicas e psiquicas que me proporcionam não são as mais correctas, resta-me procurar melhor, ponto. Se sou assim tão bom, o mercado de trabalho terá sempre um lugar para mim!

Todos os estudos demonstram que somos um país com baixos índices de produtividade. Todos sabemos que somos o país do desenrasque. Todos sabemos que, regra geral, somos mal remunerados.

Perante todos estes factos, o que resolve uma "Greve Geral"? Nada. Muitas vezes piora as coisas.

Muitas vezes, assistimos pelas notícias a greves de trabalhadores, porque têm os ordenados em atraso. Não raras vezes, essas greves são o princípio do fim do emprego para toda aquela gente.

Não está aqui em causa a legitimidade de todas essas pessoas em receberem na data prevista os seus merecidos ordenados. Nem sequer pretendo condenar ninguém que faça greve. O que não posso aceitar, é que essas greves não sejam pela pura vontade dos trabalhadores, que em comum acordo, lutam pelos seus direitos. O que nunca vou aceitar é que existam sindicatos - muitas das vezes inoperantes - que incitam à greve.

Há tempos, tive conhecimento de pessoas que trabalhavam numa empresa, que tinha decidido fechar por falta de rentabilidade. A empresa tinha decidido indeminizar os trabalhadores com 2,25 ordenados por cada ano de trabalho. O sindicato apareceu e "sabiamente" deu indicações às pessoas para não aceitarem. Os trabalhadores, seguindo a indicação do "seu" sindicato, não aceitaram as condições da empresa. A empresa, depois do assunto ter seguido para tribunal, acabou por pagar apenas 1,25 ordenados por cada ano de trabalho. Quem ficou a perder? O sindicato? Não, os trabalhadores. Os dirigentes do sindicato mantiveram-se lá, com o seu lugar seguro, provavelmente, sem qualquer peso na consciência, sem culpas e, digo eu, sem respeito pelos trabalhadores.

Na actual situação do país, apesar de tudo, deveremos enveredar pelo caminho das greves? Penso que não. Na minha opinião, se queremos mostrar a nossa insatisfação, mostremo-la aos nossos dirigentes, de quatro em quatro anos, quando somos chamados para "ser ouvidos".

Uma boa semana!

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