terça-feira, 29 de maio de 2007

Ó Sr. Sol, a dormir outra vez no trabalho?



Hoje é feriado municipal na cidade onde a empresa está instalada.

Com isso, ganhei (ganhamos) um diazinho de descanso! No meu caso o dia serviu para tratar de assuntos pessoais importantes que estavam para ser tratados há muito!

O que eu não previa é que, depois do fantástico dia de ontem, hoje estivesse mais um dia de chuva. Não me agrada nada um Maio de chuva, mas da mesma forma que começou, assim parece terminar. Anseio, por isso, por um Junho de sol e calor, como já o Maio deveria ter sido.

Enquanto conduzia pela cidade, veio-me à memória o tempo de liceu. Não sei porquê, mas a verdade é que me recordei desses tempos em que o tempo parecia tão mais lento do que agora.

Lembrei-me de como eram passados os dias, entre aulas, intervalos e furos, as futeboladas com os amigos, enquanto as raparigas assistiam na bancada, os piqueniques com o "núcleo duro", as idas à piscina ou os banhos no rio.

Nesse tempo - é verdade, já lá vão uns bons anos! - em que não havia telemóveis, ainda se ligava do telefone lá de casa. Não existiam sms, e o mais parecido eram os bilhetinhos trocados durante as aulas, entre mim, o G., a C. e a E.. Bilhetes que iam e voltavam, em jeito de sms, com a cumplicidade de quem sabia o que queria, naquele tempo, tão inocentemente convictos de que dominavamos o mundo.

Os trabalhos de grupo eram pretextos para tardes bem passadas, ora em minha casa, ora na casa da E. ou da C. - raramente em casa do G. - e nós, eu e o G., que sabiamos o que queriamos, e elas que sabiam quanto queriamos. Fomos inocentemente felizes, pudemos aproveitar o tempo, aquele que nos dizia que o mundo era nosso, que era comandado por nós, os dois, feitos cavaleiros e por elas, as duas, as nossas princesas. Durou um ano, sem compromissos, sem relações, mas com a certeza de que eram nossas e nós, delas.

Hoje lembrei-me delas. A C., via há uns tempos, a passear o bebé num centro comercial. Conversamos alguns minutos, tentando saber o que a vida nos tinha trazido entretanto. Senti ainda alguma cumplicidade, mas não aquela de outrora. A E., muito raramente a vejo, nunca mais falamos, sei que casou e, julgo, também já é mãe.

Eu e o G., mantemo-nos unidos, desde sempre, para sempre, a uma amizade que sempre fez de nós mais do que amigos, irmãos. Ambos ainda com muitos sonhos por cumprir. Ainda e sempre inconformados. Já não dominamos o mundo, o mundo já não é nosso, mas à nossa maneira, ainda acreditamos ser possível. É tudo uma questão de força, de personalidade, de acreditar. Ele, mais do que eu. Lá chegarei!

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